sexta-feira, 31 de julho de 2009

A MÃE DIVINA - PELA A MÃE





Os racionalistas acham um absurdo a devoção à Mãe Divina. Para falar a verdade, devoção para eles já é um absurdo, ainda mais à Mãe de um Deus, que eles não acreditam que exista.
Os yogues iluminados, como Yogananda, Shivananda, Ramakrishna, Aurobindo, Amma, seres que vivenciaram as profundezas e as alturas do ser, perceberam a existência do poder do Absoluto, pois toda consciência equivale a um nível de poder.
Os tântricos, diziam "Shiva sem Shakti é shava", que significa: consciência sem poder é um cadáver.
Ramakrishna, afirmava que Deus sem forma era seu pai e Deus com forma era sua mãe. Lao-Tsé, chamava aquilo que não tem forma de Tao e aquilo que tem forma de Mãe. Muitos católicos dizem que ninguém vai à Jesus sem passar por Maria.

Se observarmos atentamente, a adoração do Sagrado na forma feminina, sempre esteve presente em todas as tradições, basta olhar para o culto à Tara, no Tibet, Kuan Yin, no Japão, Lakshimi, Kali, Saraswati, Durga, na Índia, Ísis, no Egito, Iemanjá e Oxum, no Brasil, Nossa Senhora de Fátima, Lourdes, na Europa e mundo.

Mesmo a natureza, é adorada em diversos povos como Mãe: Mãe Terra, Mãe Gaia, Pachamama, etc.
Os sábios hindus perceberam três principais aspectos de culto à Mãe: o primeiro, com o nome de Lakshimi, representa o amor, a beleza e a abundância. O segundo, é representado pela Mãe Kali, nua e transparente, feroz contra toda injustiça, prisão e falsidade humana e o último aspecto, aquele que não desiste de aperfeiçoar a sua obra, denominada Mãe Saraswati, é aquela que dita os ritmos e coloca criatividade e arte em cada momento de nossas vidas.

Para acessarmos o primeiro poder, temos que ter amor pelo belo e serví-lo, não compactuando com as imundices e mau gostos humanos. Já o segundo, necessita que tenhamos amor à liberdade, à justiça e não toleremos nenhuma espécie de falsidade. O acesso ao último aspecto ou poder, depende de disciplina, organização e ação perseverante.

Sri Aurobindo disse que, somente quando ele se tornou mulher é que ele pôde ver Deus.


FLORES :::

Devemos tentar ser como uma flor: aberta, franca, igual, generosa e gentil. Você sabe o que isto significa?

Uma flor é aberta a tudo o que a cerca: Natureza, luz, os raios do sol, o vento... Ela exerce uma influência espontânea sobre tudo o que está em torno dela. Ela irradia uma alegria e uma beleza.

Ela é franca: nada oculta de sua beleza, e a deixa fluir livremente de si. O que está dentro, o que está em suas profundezas, isto ela deixa vir para fora de modo que todos possam vê-lo.

Ela é igual: não tem preferência. Todos podem desfrutar de sua beleza e de seu perfume, sem rivalidade. Ela é igual e a mesma para todos. Não há diferença alguma, para o que quer que seja.

Então generosa: sem reserva ou restrição, como ela doa a misteriosa beleza e o perfume próprio da Natureza. Ela se sacrifica inteiramente pelo nosso prazer, mesmo sua vida ela sacrifica para expressar esta beleza e o segredo das coisas reunido dentro de si.

E então, gentil: ela tem uma tal suavidade, ela é tão doce, tão próxima de nós, tão amável. Sua presença enche-nos com alegria. Ela é sempre jovial e feliz. Feliz é aquele que pode trocar suas qualidades com as qualidades reais das flores. Tente cultivar em si estas refinadas qualidades. (Mira Alfassa - A Mãe)

(Texto extraído da Revista Ananda - revista puclicada pela Casa Sri Aurobindo)