quarta-feira, 27 de maio de 2009

ARTE ESCRITA - FESTA NO PIAU - FRED MATOS

Foto: Marisa Vianna

UM POUQUINHO DE FRED MATOS

FRED MATOS nasceu em Salvador Ba. É poeta, contista e romancista, tem três livros publicados: EU MEU OUTRO, ANOMALIAS e MELHOR QUE A ENCOMENDA, e varias publicações em antologias, com o conto “Transe” ele foi premiado em 14° lugar do Concurso Nacional de Contos Luiz Vilela.
http://eumeuoutro.blogspot.com/ onde ele expõe sua arte.



FESTA NO PIAU


Dona Alzira, moça velha já beirando os 70 anos, ciosa na função de governanta da casa grande da fazenda do Dr. Paulo Albuquerque, mas já alquebrada pelos anos na dura labuta abraçada com fervor religioso para sofrear as jamais consumadas, mas ainda recorrentes paixões carnais, foi quem recrutou as mulheres para arrumar e enfeitar a casa para a fuzarca. Cristina, a mais bonita delas, chegou com o sol ainda nascendo. Pés no chão trajava gola e mangas puídas, um velho vestido de chita muito apertado, sobretudo nas ancas generosas, pois, como lamenta dona Josefa, “as roupas não crescem com as crianças”.
Paulo, solteirão por opção, aparenta dez anos menos que os 47 que tem. Cirurgião conceituado na Bahia aplica todo o tempo ocioso na fazenda comprada há quase 20 anos, quando, no inicio da carreira, medicava em Valença, sua cidade natal. É um homem que ama a natureza e prefere a convivência com as pessoas simples do lugar que entre os citadinos. Aos colegas se justifica dizendo que prefere ser o maior peixe em um lago pequeno do que um peixe pequeno em uma grande lagoa. No Piau, onde é a grande personagem, ninguém faz reparo nas mulheres que traz de Salvador para o gozo nas longas e frias madrugadas.
João comprou cuecas novas e, pela primeira vez, tirou da gaveta a calça Lee presenteada no Natal pelo padrinho. A camisa domingueira, de linho branco, foi herança do pai, o velho Honorato. O coitado, João marejou os olhos ao lembrar, morreu abraçado com a mulher, Cremilda, sua mãe, no capotamento, ano passado, de um pau-de-arara em romaria a Bom Jesus da Lapa. Filho único, ficou órfão aos 18 anos e toca sozinho o pequeno sítio. O sustento é garantido pela pouca farinha que consegue produzir e vender na feira. Dinheiro a mais, para os lavradores do lugar, só na safra do cravo, de dois em dois anos. Nessas ocasiões, pai e mãe ainda vivos, o apurado era depositado em uma caderneta de poupança na Caixa Econômica, em Valença, maior cidade da região. Sua primeira safra após a orfandade ainda é promessa nos frágeis arbustos. O intento do moço é, vendida a safra, sacar toda a Poupança e, junto com o apurado do ano, reformar o velho casebre e a casa de farinha, comprar uma bicicleta e casar com Cristina. Uma parte está reservada para a lua de mel: uma semana em Morro de São Paulo, paraíso tão próximo, mas onde foi apenas uma vez, levado pelos pais como presente de aniversário, em ano de boa safra.
Ah! Morro de São Paulo, de inesquecíveis lembranças. João, menino taludo, pedra nos peitos e primeiros fios de pentelho aflorando, completava 13 anos. Na praia mais próxima à antiga vila os pais fizeram pouso e ele, usufruindo a liberdade que só é dada às crianças criadas no interior, apressou-se em conhecer o que fosse possível até a hora marcada para voltar. Atraído para uma mangueira carregada de frutos maduros, transpôs a porteira de uma fazenda à beira-mar e lá foi premiado com a sorte de encontrar uma mulher estrangeira, dona da propriedade, que aliando experiência e paciência transmitiu-lhe as primeiras lições da difícil arte da satisfação da libido.
Dona Josefa passou goma no melhor vestido da filha. Na festa do Doutor Paulo todos usam suas melhores roupas mesmo sabendo que não são tão bonitas quanto as dos convidados que chegam de Valença e de Salvador. O doutor, ela matutava, “é um amor de pessoa. Tem o defeito de ser solteiro e mulherengo, trazendo diferentes amigas a cada final de semana, mas sempre respeitando as moças do Piau, além do mais, trata pobres e ricos da mesma forma: dançam todos no mesmo salão e comem dos mesmos petiscos. Muitas crianças da região lhe são dadas para batizar e aos afilhados presenteia no Natal e na data do aniversário. Até escola construiu na fazenda e conseguiu professora do Estado para dar as aulas”. Cristina pediu ao pai para comprar vestido novo, mas está tudo tão caro e os cravos ainda estão verdes no talo. O cacau, que nos bons tempos garantia o sustento, às vezes até algum luxo, já não tem bom preço e as árvores, atacadas de pragas, produzem muito pouco. Dona Josefa nunca tinha visto a filha tão excitada. Cristina, que completou 17 anos em junho, ainda não fala em casar e desdenha quando ela fala no assunto. A mãe só lhe notou algum interesse por homem, em um sábado de feira em Itabaina, quando cruzaram com o filho do finado Honorato. Não tardou em avisar que o pai não consentiria em namoro com o moço, apesar de afilhado do Doutor Paulo. Recebeu como resposta um “tá doida mãe?” E desocupou-se do caso.
Cristina é, no aspecto físico, um belo exemplo da miscigenação que produziu a raça brasileira. Dos indígenas herdou os cabelos pretos e lisos que escorrem, quando os tem soltos, até o meio das costas. São da raça branca as feições delicadas do rosto e os olhos castanhos claros, quase verdes. Dos negros tem, sobretudo, a bunda suculenta que requebra voluptuosa fazendo com que, à sua passagem, os homens paralisem a labuta para sonhar prazeres improváveis. A cor da pele, acobreada, resulta da mistura dessas três raças.
O cabelo preso em coque, ela estava de quatro, areando o piso do banheiro, a bunda balançando no ritmo do vaivém do braço, quando Paulo entrou e trancou a porta. Ficou pálida, mas não disse palavra. Ele tirou a roupa, exibindo o pau, já duro. Ela tentou sair, mas foi abraçada pelo médico que, desinibido, desabotoou os seus trapos enquanto passava a língua pelo seu ouvido. Cristina, transida de desejo, voz sussurrante, pretextou sua condição de virgem e disse de João e dos planos que tinham. Paulo tranqüilizou-a garantindo o casamento com o afilhado: “Se você não contar, ele nunca vai saber”, ele prometeu.
Naquele exato momento, na roça de mandioca, João extraia as raízes da terra sonhando com a consumação do ato sexual que unirá o seu destino ao de Cristina. Pensava, com boa razão, que, em conseqüência, seu Ramalho, pai de amada, nada poderia objetar para impedir o casamento. Mesmo a velha rixa do pai da noiva com o finado Honorato, resultado de disputa por mulher quando eram moços, seria finalmente esquecida. Imaginou seu pênis penetrando Cristina, que até então só lhe havia permitido botar nas coxas e que, uma única vez, havia concordado em chupar seu pau, o que fez com lamentável imperícia. João lembrou-se da italiana do Morro de São Paulo lambendo-lhe cada milímetro de sua glande e bebendo ávida o suco branco e quente que ejaculara abundante. Não podendo conter-se se masturbou idealizando estar sodomizando a namorada.
Usando da delicadeza possível em circunstância como aquela Paulo havia rompido o hímen de Cristina sem que ela chegasse ao gozo. O médico explicou-lhe que era assim na primeira vez, mas que ela não ficaria decepcionada, esperasse um pouco até que ele estivesse refeito do esforço. Estavam deitados em uma enorme banheira - esse útil aparelho sanitário aposentado pela moderna arquitetura -, imersos em água morna, quando o médico foi chamado pela rapariga que ele tinha trazido de Salvador. Ele deixou entrar, para constrangimento da matuta, uma escultura loura com não mais que 20 anos. A intrusa deixou cair o roupão revelando atributos de beleza que Cristina nem sonhava ser possível existir. Sem que nenhuma palavra tenha sido dita, a loura deitou-se ao lado da roceira tocando-a com uma ciência que poucos homens conquistam. Paulo juntou-se a elas e foi então que Cristina experimentou o seu primeiro orgasmo, com a loura lambendo-lhe o clitóris.
João, o sol ainda a pino, voltou cedo da roça, descarregou a mandioca na casa de farinha, desarreou o burro e desceu a ribanceira até o riacho, divisa da sua pequena propriedade com a fazenda do padrinho. Há muito o rapaz não se empenhava tanto no asseio: festa na casa do Doutor é o melhor programa da região banhada pelo rio Piau e, principalmente, porque Cristina fora enfim convencida a se fazer mulher e que, com todos entretidos na festa, oportunidade melhor não poderia haver para a consumação do ato.
Refeitos do gozo, Paulo inteirou-se com Cristina dos detalhes do plano de João. O afilhado tinha combinado com a namorada esperá-la, às 22 horas, auge da festa, quando ninguém daria pelas suas ausências, no pequeno quarto onde o médico guardava selas e arreios dos animais. O médico instruiu a moça a proceder conforme queria João e mais uma vez garantiu que tudo iria dar certo. Cristina voltou para casa após o almoço vivenciando humores ciclotímicos. Em alguns momentos tomava-se de pavor imaginando estar estampado no seu rosto o acontecido pela manhã. Em poucos minutos estava sorrindo, convencida pelas promessas de Paulo e ansiosa para que se repetisse o prazer nunca antes gozado.
Logo no inicio do baile, o médico convidou o afilhado a acompanhá-lo em umas doses de uísque. O rapaz, que não podia acercar-se da namorada na presença dos pais e irmãos da moça, aceitou com prazer e orgulho a especial deferência. A João preocupava apenas o ficar de olho no relógio enquanto Paulo entretinha-o falando das novidades tecnológicas das grandes cidades do mundo. Na hora aprazada para o encontro o rapaz estava completamente bêbado e foi aconselhado pelo padrinho a tirar uma soneca: “use o quarto dos arreios, se precisar pode ficar até amanhã”. O médico saiu para o salão e João, trôpego e ofegante foi esperar Cristina.
No salão o baile corria solto, Paulo com licença de seu Ramalho, tirou Cristina para dançar e sussurrando instruiu-a a ir ter com o namorado. Avisou-a que provavelmente o encontraria dormindo e que, se assim fosse, que o despisse completamente e que nua o tomasse nos braços. Finda a dança, Paulo acercou-se do pai da rapariga com quem puxou conversa sobre coisas da lavoura, sobretudo quanto à necessidade da erradicação dos cacauais infectados pela “vassoura-de-bruxa”. Conversa vai, conversa vem, convidou Ramalho para ver a sela nova que havia comprado em recente viagem aos Estados Unidos: “coisa do outro mundo seu Ramalho, o senhor vai ficar de queixo caído com o que vai ver”.
No quarto, como havia previsto o médico, Cristina encontrou o namorado dormindo sobre um leito improvisado com as peles e panos que são usados para que os animais não sejam feridos pelas selas e procedeu como instruída pelo médico. Quando acabou de tirar a roupa de João, ela também nua em pêlo, João despertou e sonolento tomou-a nos braços. Vencendo o torpor causado pelo álcool, graças à sua juventude e ao enorme desejo acumulado desde quando a conhecera, João penetrava Cristina, sem se dar conta de não encontrar a resistência esperada de um hímen intacto, no exato momento em que, aberta a porta e acesa a luz, entravam Paulo e o pai da moça.
A reação violenta do velho Ramalho foi contida pelo médico com grande esforço físico. Estivesse o velho armado e a festa de aniversário de Paulo teria se transformado em palco de uma tragédia. Dominado, porém, o inicial impulso homicida, Ramalho foi acometido de grande lassidão, logo aproveitada por Paulo para acomodar a situação conforme sua própria conveniência. Pretextando sentir-se culpado pelo acontecido se ter dado em sua casa e por obra de afilhado seu, prometeu que tudo faria, inclusive financeiramente, para a felicidade do jovem casal. Pensando em seu deleite comunicou que já era tempo de aposentar a velha governanta e que seu lugar poderia ser ocupado por Cristina, moça prendada e trabalhadora, se a isso não houvesse objeção do pai ou do futuro marido. Que eles ficassem tranqüilos, pois sabiam que, apesar de homem solteiro, “sempre respeitei e sempre respeitarei todas as moças do meu querido Piau”.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

PASHUPATI











PASHUPATI é uma das primeiras representações de SHIVA e surgiu no neolítico, por volta de 4.000 a.C.. O nome significa "O senhor dos Animais" (pashu = animais, feras, bestas; pati = senhor, mestre). Ele é representado com três faces, olhando o passar do tempo ( passado, presente e futuro). A coroa em forma de cornos de búfalo evidencia a proximidade de SHIVA com esse animal que representa as forças da terra e da virilidade. PASHUPATI está sentado em posição de meditação, o que nos faz pensar que as técnicas meditativas já existiam naquele período. Os quatros animais ao seu redor são o tigre, o elefante, o rinoceronte e o búfalo. Por ser o senhor das feras, PASHUPATI podia meditar entre eles sem ser atacado.

Mas, há um outro simbolismo. Esses animais podem representar nossas emoções e instintos mais básicos como o orgulho, a força bruta, o ódio e a sexualidade desenfreada. PASHUPATI, então, é também aquele que Domou suas feras inferiores, suas emoções e convive sabiamente com elas.

O shiva Purana, conta que os deuses estavam em luta com os demonios e, como não estavam conseguindo vence-los, foram pedir auxilio a SHIVA. SHIVA lhes disse: "Eu sou o Senhor dos Animais (PASHUPATI). Os corajosos titãs só poderão ser vencidos se todos os deuses e outros seres assumirem sua natureza de animal". Os deuses hesitaram pois achavam que seria uma humilhação. E SHIVA falou novamente: "Não é uma perda reconhecer seu animal (a espécie que corresponde no mundo animal ao princípio que cada deus encarna no plano universal). A penas aqueles que praticam os ritos dos irmãos dos animais (PASHUPATAS) podem ultrapassar sua animal idade". Assim, todos so deuses e titãs reconheceram que eram o rebanho do Senhor e que ele é conhecido pelo nome de PASHUPATI, o Senhor dos Animais. Esse texto nos mostra a ligação do Yoga primitivo com o Xamanismo.




sexta-feira, 22 de maio de 2009

SARASWATI



Poetas, escritores, músicos e intelectuais e etc. são abençoados com a proteção e inspiração da Deusa hindu SARASWATI, linda maravilhosa com seus quatro braços ela abraça as 64 artes: dois braços ela toca uma vina, que representa a musica e as artes, o terceiro segura um livro feito de folha de palmeira, representando os Vedas (o ensinamento e o alfabeto sânscrito), o quarto ela carrega um Mala, rosário de cristal que representa a meditação e espiritualidade.

Literalmente, SARASWATI significa “aquela que flui”. O Rig Veda cita um rio sagrado chamado SARASWATI, afluente do Ganges. Ela é associada também a à fertilidade, purificação, todos os conhecimentos: Artes, ciências e letras. Usa um sari branco (a pureza do conhecimento) esta sentada em um lótus branco (o conhecimento).
Um cisne branco está sempre com ela, representando a discriminação entre os bons e o maus ou o eterno e o evanescente; um pavão está também com ela disputando sua atenção, ele representa o orgulho, arrogância, o silencio necessário para escutar, refletir e meditar. O OM (o som primordial) e o símbolo Svastica (auspiciosidade) também estão com ela.
SARASWATI é a Mãe Divina, tem o poder da Shakti, da ordem e perfeição, é uma mãezona pronta para nos ajudar quando precisamos, irradiando alegria, mandando a tristeza embora.É seguida pelos Deuses em busca da bênção da imortalidade, o Gayatri Mantra dedicado a ela é o mantra mais sagrado e poderoso dos Vedas.
Uma das manifestação de SARASWATI é como SAVITRI, tem olhos, mãos e lingua de ouro. Aparece sobre um carro puxado por cintilantes cavalos de patas brancas. Seus dourados braços se estendem por todo o céu em gesto de benção. Esta Deusa é o principio do movimento que determina a irradiação da Luz solar, a circulação das aguas e dos ventos.

GAYATRI MANTRA

Om Bhur bhuva Svaha
Tat Savitur Varenyan
Bhargo Devasya Dhimahi
Dhyo Yo Naha Prachodayat.

“A energia primordial inunda a Terra e os Céus e tudo que se encontra no meio. Meditemos sobre sua irradiação; possa essa Luz inspirar nossas mentes. Meditemos sobre a gloria de Ishwari, a deusa a quem é justo adorar, que criou o universo, que é doadora de luz, de conhecimento e que destrói toda ignorância. Que ela ilumine nossas mentes.”

Mantra e pesquisa do livro Mitologia Hindu de Aghorananda Saraswati, da Editora Madras e do livro do curso de formação em Hatha Yoga Integral Do Jai Vida! de Renata Sumar
Imagem crua de Saraswati e foto feita por Dila

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O AUTO-CONHECIMENTO É UMA COISA FACIL, A COISA MAIS FACIL QUE EXISTE



1

O Ser é algo inteiramente real
Mesmo para o homem mais comum.
Podia-se dizer que a transparente groselha (1)
É comparativamente uma ilusão.

2

O Ser, que brilha como um sol dentro do coração,
É real e todo-penetrante. Revela-se-á
Tão logo todo pensamento seja destruído
e nenhuma jaça permaneça. Pois esse pensamento é
a causa do aparecimento de formas falsas,
O corpo e o mundo que parecem ser
Coisas reais em detrimento de ser, que permanece imutável.
Sempre inalterado, firme como a própria Verdade.
Quando o Ser brilha a escuridão desaparece.

3

O pensamento, “Eu sou o corpo”, é o fio
no qual estão enfiados os pensamentos, tal como contas.
Portanto ao mergulhar fundo na pergunta
“Quem sou Eu e donde venho?” os pensamentos desparecem
E o estado de consciência então surge
Como o “Eu-Eu” dentro da cavidade
Do coração de cada um que busca. E isto é o Céu

4

Isto é aquele Silêncio, a morada da Felicidade!
O que adianta tudo conhecer
Excepto o Ser? O que existe mais para conhecer?
Para qualquer um, quando o próprio Ser é conhecido?
Ao compreender em Si mesmo o Ser,
Que é o único Auto-Efulgente UM
Em miríades de seres, a luz do Ser
Claro brilhará internamente. Em verdade isto é
A verdadeira aparição da Graça, a morte do ego
E a revelação da Suprema Bem-aventurança!

5

A fim de que os laços do destino
E todas suas conseqüências finalmente terminem,
e para que, também, possamos ser libertos
Do temível ciclo de nascimento e morte.
Esta senda é mais fácil de que outras.
Portanto fique imóvel e conserve silenciosa atitude
Com a língua, mente e corpo. Aquilo que é
O auto-efulgente surgirá de dentro.
Esta é a Experiência Suprema. O medo cessará,
Isto é o oceano sem limite da perfeita Felicidade!

6

Annamalai (2), a Transcendental,
Que é o Olho atrás do olho da mente,
A quem o olho e outros sentidos percebem,
Os quais, por sua vez ilumina o Céu,
Assim como todos os outros elementos,
Isto novamente é o Céu-Espirito no qual
A Mente-Ceu aparece; Aquilo que brilha dentro
Do coração, que é livre de qualquer pensamento
E com contemplação fixa internamente e permanece como Aquilo.
Annamalaia, a Autro-Efulgente, brilha,
Mas a graça (3) é cada vez mais necessária. Assim
Seja fiel ao Set, e a Felicidade então surgirá!


(1) A fruta mencionada no texto Tamil é o “nelli”, uma fruta comum da Índia.O provérbio. “Nelli na palma da mão” significa um objeto visto claramente
(2) Este nome Tamil é uma palavra que significa “Montanha Intransponível”. É usada aqui para indicar e significar o Ser interno que está alem do alcance do pensamento e da palavra.
(3) A graça que vem de um sábio-adepto e que é necessário como um pré-requisito a fim de ser obtida tal experiência iluminadora.


Extraído do livro AUTO INVESTIGAÇÂO de RAMANA MAHARSHI

A técnica de MAHA-YOGA-VICHARA

QUEM SOU EU?

domingo, 10 de maio de 2009

BOLO PARA SHANTI Minha professora de yoga em BH


Bolo do aniversario de Shanti.

1x de farinha de trigo integral
1e1/2 de farinha de trigo branca
1x de açucar orgânico ou mascavo
1x de granola
3 colheres de sopa de manteiga ou oleo de canola
1 colher de sobremesa de fermento
1x de leite de coco de verdade ou de 1 garrafa pequena

Bate a manteiga com o açucar até formar um creme, vai colocando o resto e batendo, despeja na assadeira ou forma untada c/ manteiga e polvilhada com f.de trigo, leva ao forno, quando estiver pronto , passa a cobertura, polvilha com granola por cima.


Receita da cobertura

1 lata de creme de leite.
2 colheres de cacau em pó ou 4 c/sopa de achocolatado
1colher de açucar
Esquenta o creme de leite (aberto) na própria lata em banho maria, não deixa ferver, só esquenta, mistura o cacau, o açucar e pronto.pode ser outro chocolate ou achocolatado, no caso não ponha açucar.
Bom apetite!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A CERÂMICA NA ATUALIDADE

Foto: internet
A cerâmica, que é praticamente tão antiga quanto a descoberta do fogo, mesmo utilizando os antigos métodos artesanais, pode produzir artigos de excelente qualidade. Nos últimos anos, acompanhando a evolução industrial, a indústria cerâmica adotou a produção em massa, garantida pela indústria de equipamentos, e a introdução de técnicas de gestão, incluindo o controle de matérias-primas, dos processos e dos produtos fabricados. A Indústria Cerâmica na atualidade pode ser subdivida em setores que possuem características bastante individualizadas e com níveis de avanço tecnológico distintos. Cerâmica Vermelha Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso doméstico e de adorno. As lajotas muitas vezes são enquadradas neste grupo, porém o mais correto é em Materiais de Revestimento. Cerâmica Branca Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e incolor e que eram assim agrupados pela cor branca da massa, necessária por razões estéticas e/ou técnicas. Com o advento dos vidrados opacificados, muitos dos produtos enquadrados neste grupo passaram a ser fabricados, sem prejuízo das características para uma dada aplicação, com matérias-primas com certo grau de impurezas, responsáveis pela coloração. Dessa forma é mais adequado subdividir este grupo em: • louça sanitária • louça de mesa • isoladores elétricos para alta e baixa tensão • cerâmica artística (decorativa e utilitária). • cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e mecânico. Materiais Refratários Este grupo compreende uma diversidade de produtos, que têm como finalidade suportar temperaturas elevadas nas condições específicas de processo e de operação dos equipamentos industriais, que em geral envolvem esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de temperatura e outras solicitações. Para suportar estas solicitações e em função da natureza das mesmas, foram desenvolvidos inúmeros tipos de produtos, a partir de diferentes matérias-primas ou mistura destas. Dessa forma, podemos classificar os produtos refratários quanto à matéria-prima ou componente químico principal em: sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita, magnesianocromítico, cromítico-magnesiano, carbeto de silício, grafita, carbono, zircônia, zirconita, espinélio e outros. Isolantes Térmicos Os produtos deste segmento podem ser classificados em: a) refratários isolantes que se enquadram no segmento de refratários, b) isolantes térmicos não refratários, compreendendo produtos como vermiculita expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã de rocha, que são obtidos por processos distintos ao do item a) e que podem ser utilizados, dependendo do tipo de produto até 1100ºC. c) fibras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas semelhantes às citadas no item b), porém apresentam composições tais como sílica, sílica-alumina, alumina e zircônia, que dependendo do tipo, podem chegar a temperaturas de utilização de 2000º C ou mais. Fritas e Corantes Estes dois produtos são importantes matérias-primas para diversos segmentos cerâmicos que requerem determinados acabamentos. Frita (ou vidrado fritado) é um vidro moído, fabricado por indústrias especializadas a partir da fusão da mistura de diferentes matérias-primas. É aplicado na superfície do corpo cerâmico que, após a queima, adquire aspecto vítreo. Este acabamento tem por finalidade aprimorar a estética, tornar a peça impermeável, aumentar a resistência mecânica e melhorar ou proporcionar outras características. Corantes constituem-se de óxidos puros ou pigmentos inorgânicos sintéticos obtidos a partir da mistura de óxidos ou de seus compostos. Os pigmentos são fabricados por empresas especializadas, inclusive por muitas das que produzem fritas, cuja obtenção envolve a mistura das matérias-primas, calcinação e moagem. Os corantes são adicionados aos esmaltes (vidrados) ou aos corpos cerâmicos para conferir-lhes colorações das mais diversas tonalidades e efeitos especiais. Abrasivos Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem matérias-primas e processos semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num segmento cerâmico. Entre os produtos mais conhecidos podemos citar o óxido de alumínio eletrofundido e o carbeto de silício. Vidro, Cimento e Cal São três importantes segmentos cerâmicos e que, por suas particularidades, são muitas vezes considerados à parte da cerâmica. Cerâmica de Alta Tecnologia/Cerâmica Avançada O aprofundamento dos conhecimentos da ciência dos materiais proporcionou ao homem o desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramento das existentes nas mais diferentes áreas, como aeroespacial, eletrônica, nuclear e muitas outras e que passaram a exigir materiais com qualidade excepcionalmente elevada. Tais materiais passaram a ser desenvolvidos a partir de matérias-primas sintéticas de altíssima pureza e por meio de processos rigorosamente controlados. Estes produtos, que podem apresentar os mais diferentes formatos, são fabricados pelo chamado segmento cerâmico de alta tecnologia ou cerâmica avançada. Eles são classificados, de acordo com suas funções, em: eletroeletrônicos, magnéticos, ópticos, químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares. Os produtos deste segmento são de uso intenso e a cada dia tende a se ampliar. Como alguns exemplos, podemos citar: naves espaciais, satélites, usinas nucleares, materiais para implantes em seres humanos, aparelhos de som e de vídeo, suporte de catalisadores para automóveis, sensores (umidade, gases e outros), ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de fogão, etc. Revestimentos Cerâmicos As placas cerâmicas são constituídas, em geral, de três camadas: a) o suporte ou biscoito, b) o engobe, que tem função impermeabilizante e garante a aderência da terceira camada, e c) o esmalte, camada vítrea que também impermeabiliza, além de decorar uma das faces da placa. O corpo cerâmico compõe-se de matérias-primas naturais, argilosas e não argilosas. Os materiais argilosos são formados de uma mistura de diversos tipos e características de argilas para dar a composição desejada e são a base do biscoito. Os materiais não argilosos, quartzo, feldspato e caulim, servem para sustentar o corpo cerâmico ou promover a fusão da massa e os materiais sintéticos são utilizados para a produção de engobes e esmaltes e, servem para fazer a decoração dos revestimentos. Estes revestimentos são usados na construção civil para revestimento de paredes, pisos, bancadas e piscinas de ambientes internos e externos. Recebem designações tais como: azulejo, pastilha, porcelanato, grês, lajota, piso, etc. A tecnologia do porcelanato trouxe produtos de qualidade técnica e estética refinada, que em muitos casos se assemelham às pedras naturais.
O MOMENTO ATUAL DA INDÚSTRIA DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS A concentração geográfica de empresas é característica da indústria de placas cerâmicas de revestimento. Dois dos países líderes, Itália e Espanha, têm produção concentrada nas regiões de Sassuollo e Castellón, respectivamente. A estratégia competitiva dessas regiões baseia-se em design, qualidade e marca. Da mesma forma, no Brasil, a produção é concentrada em algumas regiões. A região de Criciúma, em Santa Catarina, que tem reconhecimento como pólo internacional, concentra as maiores empresas brasileiras. Nessa região as empresas produzem com tecnologia via úmida e competem por design e marca, em faixas de preços mais altas. Em São Paulo, a produção está distribuída em dois pólos: Mogi Guaçú e Santa Gertrudes. A região metropolitana de São Paulo conta com algumas empresas, mas não se configura um pólo. As empresas da capital e Mogi Guaçú produzem com tecnologia via úmida, enquanto em Santa Gertrudes a tecnologia utilizada pela maioria das empresas é via seca. O nordeste brasileiro pode se tornar um pólo em futuro próximo, devido às condições favoráveis de existência de matéria prima, energia viável e um mercado consumidor em desenvolvimento, além de boa localização geográfica para exportação. O equipamento determinante da escala de produção é o forno de cozimento das peças. Para se ter uma idéia o comprimento, estes fornos podem atingir mais de 150 metros. Na década de 90 houve evolução na escala desses equipamentos, tendo sua capacidade ampliada de, aproximadamente, 80 mil m2/mês para 500 mil m2/mês ou mais, o que resultou em grandes aumentos na produtividade e no crescimento observado nesta indústria. O Brasil é hoje, um dos grandes “players” mundiais do revestimento cerâmico. O país é o segundo maior consumidor mundial de revestimentos cerâmicos, quarto maior produtor e exportador e segundo maior exportador para o mercado norte-americano, que é o maior importador do mundo. A cada dia a qualidade e variedade desse material aumentam. Na mesma medida cresce a utilização da cerâmica no Brasil para revestir pisos e paredes de todos os espaços internos da casa assim como espaços externos. Exemplo disso são as fachadas dos edifícios que não se intimidam em apresentar-se revestidas por cerâmicas de tipos e formatos variados. Os revestimentos cerâmicos, além das vantagens e da durabilidade provada através dos séculos, possuem as qualidades que uma avançada tecnologia lhes confere. Eles se mostram apropriados para pequenos detalhes, ambientes interiores ou para grandes escalas ao ar livre. São oferecidos de maneira a satisfazer os mais variados gostos, como padronagens e texturas diversas.www.anfacer.org.br

EVOLUÇÃO DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO


Fotos e azulejos: Dila

A origem do nome azulejo provém dos árabes, sendo derivado do termo "azuleicha”, que significa "pedra polida". A arte do azulejo foi largamente difundida pelos islâmicos. Os árabes levaram a arte do azulejo para a Espanha e de lá se difundiu por toda a Europa. A influência dos árabes na cerâmica peninsular e depois na européia foi enorme, pois eles trouxeram novas técnicas e novos estilos de decoração, como a introdução dos famosos arabescos e das formas geométricas, que os islâmicos desenvolveram a fundo. Foi tão forte a influência árabe na península Ibérica, que mesmo depois da reconquista do território pelos cristãos, ela permaneceu. Disso resultou o chamado estilo hispano-mourisco. Com a reconquista do território pelos católicos, muitos artífices árabes preferiram ficar e passaram a combinar os elementos de arte cristã, românica e gótica com os árabes, criando um novo estilo chamado mudéjar. A cerâmica de corda seca, técnica que permite combinar várias cores num azulejo foi desenvolvida na Pérsia durante o século XIV como substituto menos dispendioso que o mosaico, continuando, ainda hoje, a ser utilizada. A decoração deste azulejo, em forma de estrela, consiste numa estrutura complexa baseada numa flor de lótus estilizada e composta por dez pétalas. O centro é decorado com uma estrela de seis pontas com vestígios de dourado. Esta forma combinava-se com azulejos de outras tipologias – pentágonos, hexágonos, e outros polígonos –, formando assim um padrão geométrico elaborado, sendo geralmente a estrela com doze pontas o elemento central da composição. A paleta cromática inclui o branco, o turquesa e o manganês sobre um fundo de azul cobalto e ouro. Estes painéis de azulejos revestiam, entre outros edifícios, mesquitas e madrasas, acentuando a sua simetria e transmitindo uma imagem de opulência. Na Pérsia, a arte insuperável dos Sumérios e Babilônios, não se extinguira e continuava a produzir, além de ânforas, bacias, taças esculpidas e pintadas, maravilhosos azulejos, para revestir fachadas e vestíbulos. Devido à dominação árabe do Mediterrâneo, entre o sexto e o décimo quarto século antes de Cristo, a cerâmica da Pérsia foi difundida, juntamente com sua técnica para a Sicília, Espanha e Ásia Menor. Por causa disso, ainda hoje, por onde se estendeu o Império dos Califas, é possível admirar esses produtos, encontrados em palácios fantasticamente ornamentados, com molduras de cerâmica brilhantes, pátios de decoração rebuscada, compostos de milhares de azulejos esmaltados. As primeiras utilizações conhecidas do azulejo em Portugal, como revestimento monumental das paredes, foram realizadas com azulejos importados de Sevilha em 1503, tornando-se uma das mais expressivas artes ornamentais, assumindo grande relevo na arquitetura. Portugal, apesar de não ser grande produtor de revestimentos cerâmicos, foi o país europeu que, a partir do século XVI, mais utilizou o revestimento cerâmico em seus prédios. Esse gosto pela cerâmica inicia-se a partir de suas navegações iniciadas no século XV quando entra em contato com outras civilizações, fundindo as suas manifestações artísticas com vários desses países, como as de origem mulçumana, herdeira das tradições orientais, assírias, persas, egípcias e chinesas. A admiração pela cerâmica de revestimentos ganha dimensões de arte verdadeiramente nacional, capaz de identificar a sensibilidade e peculiaridade de sua gente e país. Já no século XV são encontrados Palácios Reais revestidos, em seu interior, com azulejos. Mas é a partir do século XVI, com uma produção regular de revestimento cerâmico no país, que seu uso se torna freqüente em igrejas, conventos e em Palácios Nobres da alta burguesia. O uso, em sua maioria, se restringia aos interiores, em forma de tapetes, ou apenas como material ornamental. Quando utilizado exteriormente, limitava-se ao revestimento de pináculos e cúpulas das igrejas, devido o seu alto custo. No século XVIII, o Marques de Pombal, enquanto Primeiro Ministro de D. João VI, em Portugal, implanta um projeto de industrialização manufatureira no país. Cria-se, então, a Fábrica de Loiça do Rato, que simplificava os padrões dos azulejos existentes (de rococós com predominância de concheados nos emolduramentos, policrômicos, passam a perder a volumetria, suas cores tornam-se mais flamejantes e começam a ser permeados de motivos neoclássicos) com o intuito de aumentar a produção. Com isso, o custo do produto diminui significativamente, sendo acessível a um público maior. Já podia se ver, então, o revestimento cerâmico estendendo-se a espaços intermediários entre interior e exterior, como no revestimento de alpendres, pátios, claustros; também enfeitando os jardins com seus bancos ou chafarizes revestidos. No Brasil, já independente, o uso do azulejo tornou-se, no século passado, bem mais freqüente, revelando-se um excelente revestimento para nosso clima. Casas e sobrados de muitas cidades brasileiras apresentam o colorido alegre e inalterável que, há mais de cem anos, o azulejo lhes dá. Há controvérsias com relação à nacionalidade dos primeiros revestimentos cerâmicos chegados ao Brasil. Sabe-se que no século XVII, azulejos em estilo barroco, começaram a ser encomendados de Lisboa. Estes eram trazidos em forma de painéis e serviam, apenas, como material decorativo. Retratavam cenas da paisagem, do cotidiano da metrópole, divulgando o modo de vida dos portugueses - ou cenas bíblicas ajudando nas aulas de catequese. http://www.anfacer.org.br/