quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

PARA SE APROFUNDAR NOS CONHECIMENTOS DO YOGA

Em de 2000 fui fazer uma aula experimental de Yoga, quando cheguei em casa fui para a internet saber o que é Yoga, achei o Portal do Yoga, que depois passou a ser www.yoga.pro.br, fiquei muito entusiasmada com tudo que li lá, daí não parei mais de entrar e ler os artigos, fiz do site o meu Guru.
Agradeço a todos os sites que passam os ensinamentos do Yoga.




http://www.vidyamandir.org.br/





http://www.yogavaidika.com



http://yogaestudoscomplementares.blogspot.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

VERGONHA NA COSTA RICA





KALI COMO A SHAKTI YUGA - SHAMBHAVI CHOPRA


http://images.google.com.br
Quinta-feira, 18 outubro, 2007

O poder de criar uma Idade do Novo Mundo

Como a grande potência da época, Shakti Kali cria o Yugas ou idades diferentes mundo que a humanidade atravessa durante os longos ciclos de evolução cósmica. Kali é a Deusa da eternidade vigiando todos os nossos mudanças temporais e facilitar aqueles que promovem o nosso crescimento interior. Mais especificamente, Kali é a Yuga Shakti ou o poder do tempo que leva a humanidade de uma idade para outro mundo. Ela trabalha para sustentar a energia espiritual do planeta através de ambas as idades de luz e escuridão.

A Deusa das Trevas não é simplesmente uma deusa hindu, mas a forma universal da Mãe, que é o verdadeiro governante do mundo. O despertar para a Deusa que está ocorrendo hoje em um nível global é, yogically falando, um despertar para a energia de Kali. A Deusa Mãe como a Devi escuro, misterioso e transcendente é a chave para o verdadeiro poder e presença do universo em todas as suas manifestações. Kali é mais uma vez entrar em humanidade e para a esfera da Terra para trabalhar sua mágica e sua admiração.

O Devi traz todas as transformações do planeta, despertando a Shakti estimular a consciência planetária e não apenas individual, mas a maior consciência planetária. O actual naturais e catástrofes humanas que estão acontecendo em todo o mundo hoje são uma indicação do poder transformador da Kali empurrando a humanidade para a mudança, para romper as nossas crenças divisionista e terminar o nosso comportamento destrutivo que já chegou a ameaçar toda a vida no planeta.

Até que fazer a mudança decisiva interior e desistir de nossas atitudes e ações destrutivas, podemos enfrentar a ira universal de Kali, a nível global, com o perigo de catástrofes globais aumentando gradualmente ao longo do tempo, até que somos confrontados com a escolha de mudar radicalmente Como vivemos ou perecer como espécie. Para enfrentar o desafio de Ma Kali, devemos nos voltar dentro e abandonar nossos esforços para controlar o mundo exterior, buscando compreender a nós mesmos primeiro.

Hoje a nossa civilização não honra o Devatas, as forças cósmicas, dos deuses e deusas que encarnam os poderes sagrados da natureza da qual dependemos para o nosso bem-estar. Intelectuais e académicos reduzir as Deidades de vida, por cuja graça que função, para aberrações da psicologia, da política ou a antropologia, a meros reflexos do comportamento humano normal que tem nada de sagrado nisso. As religiões, em nome de Deus, a prática política e procuram dominar o mundo com suas crenças, ao invés de espalhar uma mensagem de amor, união, a graça da Mãe, e auto-realização.

Entretanto, mesmo aqueles que tentam praticar Tantra têm geralmente reduzido para pouco mais de magia negra, utilizando-se o mundo do espírito de promover ganhos materiais para si e para sua clientela paga. A essência da tradição do Yoga, parece ter sido assaltado à exploração comercial e auto-engrandecimento pessoal em todas as frentes.
Há pouco Dharma real, ou princípios naturais e universais, mesmo entre aqueles que tentam salvar o planeta. Temos muitos descontentes "irritado" activistas que procuram colocar a culpa para os problemas do mundo em alguém, gritando e xingando os outros, ao invés de se tornar verdadeiramente paz ajudantes amoroso que pretendem unir-nos para o maior benefício de todos.

Nós continuamos a dividir a humanidade em nome da religião e da política, a luta entre nós, embora globalmente continuamos a devastar o planeta, pilhar os seus recursos e fazendo tóxicos suas terras, água e ar.

Para trazer o nosso planeta em uma era nova e espiritual, um mundo novo a idade da consciência superior, é preciso primeiro ganhar a Shakti ou a capacidade de fazê-lo. Temos de ter o poder, a competência, a sinceridade ea graça das forças superiores. Não podemos, por nossa conta nos levar além de nossos problemas humanos, sociais e psicológicos, porque o nosso comportamento e mentalidade existe dentro de seu campo. Para isso devemos, mais uma vez, humildemente pedir a graça da Mãe, principalmente como Kali, a Mãe como o governante de todos os tempos e de transformação.

Precisamos de um novo Shakti para trazer esta necessária mudança global sobre, uma nova descida do poder espiritual da deusa-mãe. Para que isso ocorra, é preciso primeiro levar a Shakti em nós mesmos, em nossas mentes e corações, e aprender a viver de acordo com seus choques, ritmos e vibrações transformadoras, deixando-a purificar e refazer a nossa própria natureza psicológica primeiro.

O poder do divino feminino é uma vez mais necessária para facilitar um novo nascimento de uma consciência mais elevada no mundo, não apenas em um indivíduo, mas a nível planetário. Devemos reconhecer a Deusa em todas as suas formas, de que sua manifestação transformadora de Ma Kali é talvez a mais central. A graça feminina, a mansidão ea bondade é necessária para aliviar a dor e raiva que está queimando dentro de nós, alimentado pela ganância, a ambição ea ignorância de gerações.

Temos de avançar para além dos caprichos das paixões humanas e necessidades, abrindo nossos corações à força Shakti vida de Kali. Ma Kali anseia pela sua plena expressão a ser sentida e vivida, a fim de tornar a nossa vida em algo significativo para a alma. Podemos sentir sua força mística subindo fortemente, mais uma vez nesta época instável de transição. Ela está à procura apaixonadamente para sadhakas para levar adiante sua vontade benigna.

Para o verdadeiramente novo para vir a ser, o velho deve primeiro passar. Este é o trabalho de Shakti Kali ou hora-força. Mas não é simplesmente um fator externo da destruição de pessoas mal pelo bem. Hoje, estamos em grande parte vive em uma zona cinzenta, onde a pureza do coração é praticamente inexistente. Entretanto, nenhuma alma na sua essência é o mal, tudo pode ser levantado, se chegar a eles, no momento certo e as circunstâncias. Temos de expulsar toda a fraqueza, a culpa, mesquinhez e estreiteza dentro de nós mesmos.

A força negativa ou Asuric momentaneamente não prevalecer, mas muitas vezes a escuridão é maior antes do amanhecer, e a negatividade deve manifestar externamente antes que possa ser totalmente varridos. Não há força ou poder que Undivine Ma Kali não pode corresponder, consumir e dissolver em sua maior paz.

O Devata ou superior força divina deve ser honrado em nossos tempos de conflito e caos. Temos de olhar além de nossas fixações humana e histórica para os poderes cósmicos. As inevitáveis perturbações ecológicas que estão começando a ocorrer são significados conduzir-nos ao abrigo destas formas benevolente e poderoso cósmica, para fazer-nos reconhecer a nossa dependência sobre o universo maior e sua essência divina. A presença Devata vai se manifestar mais uma vez com uma onda de energias benigna para alcançar uma existência pacífica para a humanidade e para a Terra.

Ma Kali é o poder supremo por trás de tudo espiritual genuína e movimentos de yoga e seus desdobramento através do processo de grande parte do tempo. Mahadevi Kali é a Yuga Shakti, Anunciando o novo movimento de Yoga despertar este poder Shakti. Seu papel já foi manifestada anteriormente nesta época de grandes videntes e professores como Ramakrishna, Yogananda, Aurobindo, Ma Anandamayi e muitos outros, que trabalhou principalmente através do poder da deusa-mãe.

No entanto, ainda há uma necessidade urgente de novos avatares e formas de energia de Kali, um novo ressurgimento de seu culto e de uma maior descida da sua graça. Kali é a chave para nosso futuro como uma espécie eo nosso destino em um nível de alma. Ma Kali exerce o poder de elevar a humanidade, mas ao descobrir que precisamos descobrir ela como a Mãe Universal descansando na chama do coração espiritual dentro de nós.
Precisamos aceitar fogo purificador de Kali, a fim de levantar-nos para a luz mais elevada, na qual nossos problemas pessoais e mundiais podem ser resolvidos. Aqueles que podem resistir e realizar o fogo de Kali pode trazer uma nova luz para o mundo. Eles vão descobrir uma visão do futuro que está em harmonia com a verdade eterna e da harmonia universal.


Sarvam santih santir eva santih
Todas as coisas podem ser pacífica, a paz de Paz!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

MANDUKYA UPANISHD


Imagem do http://baudeespeciarias-om.blogspot.com


INVOCAÇÃO

"OM...
Com os nossos ouvidos, ouçamos o que é bom.
Com os nossos olhos, contemplemos vossa integridade.
Tranquilos no corpo, possamos nós, que vos veneramos,
encontrar descanso.
Om...Paz - Paz - Paz".

1
"HARI OM!. Om, esta palavra representa o todo universo visível. sua explicação é a seguinte: tudo quanto ocorreu, está ocorrendo e ocorrerá, em verdade tudo isso é o som OM. E o o está além desses três estados do mundo temporal, isso também, em verdade, é o som OM."

Comentário:

O primeiro verso sugere a existência de duas esferas ou planos de existência: 1- o plano material e visível, onde as manifestações temporais e especiais surgem e desaparecem; 2- plano transcendente e intemporal, o plano do ser imperecível, insondável pela razão, situado acima e ao mesmo tempo, identificado com o primeiro. Ambos são simbolizados pelo OM.

Do livro:As Upanishads de Carlos Alberto Tinôco
Edições Ibrasa

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

RABINDRANATH TAGORE


Foto Sathyasaibaba
“De repente, tornei-me consciente de um estremecimento da alma dentro de mim. Meu mundo de experiência pareceu de repente, torna-se iluminado, e fatos que eram esparsos e obscuros, adquirem grande unidade e significação. O sentimento que me envolveu, parecia de um homem que, tateando dentro de um nevoeiro, sem saber onde se dirigisse, pudesse sentir-se de repente diante de sua casa”.

“Tive certeza de que algum Ser que me compreendia e ao meu mundo procurava sua melhor expressão em todas as minhas experiências, unindo-as numa individualidade cada vez mais ampla, que é uma obra espiritual de arte”.

Rabindranath Tagore (1861-1941)
Poeta indiano, prêmio Nobel de literatura, 1913.
(Tagore, R.; A religião do Homem; Rio de Janeiro, Record, 1981; P.89-90.)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

RETIRO DE YOGA EM PARATY COM DAVID LUREY E ERIKA MONTES


RETIRO DE YOGA EM PARATY -

Ecovilla Goura Vrindávana



COM DAVID LUREY E ERIKA MONTES









Junte-se a David e Erika para um final de semana de Vinyasa, acro Yoga e Bhakti yoga! David dará aulas de Asana (estilo Mindful Spirited Vinyasa) todas as manhãs e as tardes serão compartilhadas com Erika e a linda pratica de Acro yoga. a noite nós iremos nos deliciar com a alegre celebração de kirtan, canto devocional.



Para saber mais sobre o renomado instrutor David Lurey entre em www.findbalance.net



O retiro acontecerá com duas variações:



1- Fim de semana designado a todos os niveis de alunos e praticantes, com idas a praia, yoga e música.

Sexta-feira (noite) 22 até domingo (tarde) 24 de janeiro



2- Segunda e terça continuarão com práticas avançadas e palestras para que professores de yoga possam se integram com novas idéias!

Sexta-feira (noite) 22 até terça-feira (tarde) 26 de janeiro



Fim de semana apenas R$ 475,00

Inclui hospedagem 2 noites, refeições vegetarianas, yoga e kirtan.



5 dias inteiros por R$ 675,00

Inclui: hospedagem 4 noites, refeições vegetarianas, programa de yoga do fim de semana+ workshops adicionais para professores.



Contato:

zophair@yahoo.com (21) 9974-5946

acyuta@goura.com.br (21) 9777-7379



Acyutananda dasa

Pousada Dharma Shala

Comunidade Auto Sustentável-Ecovilla Goura Vrindavana - Paraty-RJ

tel.: (21) 9777-7379 ou (24) 9962-5262

www.goura.com.br

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

UM ALTAR EM CASA - BOKAR TULKU RIMPOCHE


Um Altar em Casa - Bokar Tulku
Rimpoche
Para atingirmos a iluminação verdadeira, totalmente
pura, perfeita e onisciente, é necessário unir as duas
acumulações: mérito e sabedoria. Sem esta dupla
acumulação, a Iluminação não é possível.
A acumulação de mérito é de tal importância, que sem
ela a acumulação de sabedoria não poderia existir.
Existe uma relação interativa entre o mérito e a
sabedoria.
A acumulação de mérito situa-se no campo conceitual,
sendo também chamada de “meios”. A acumulação de
sabedoria é não conceitual, ela também é designada
por “conhecimento”. Se nós falarmos de “meiosconhecimento”
ou de “mérito-sabedoria”, o sentido é
o mesmo. Entre cada um destes termos existe uma
colocação.
Diz-se: “sem se apoiar no relativo,
impossível de atingir a iluminação;
sem se apoiar na iluminação,
impossível de atingir a liberação.”
Para atingir a Iluminação, é necessário então unir as
duas acumulações. Para nós que somos principiantes,
é na acumulação de méritos que devemos nos dedicar
mais, pois ela nos permite progredir rapidamente.
No contexto das oferendas que nós apresentamos no
altar, a acumulação de mérito faz referência a três
pontos:
1 O objetivo de acumulação: são os Budas e os
Bodisatvas, o campo de mérito superior das
qualidades inimagináveis. Primeiro é necessário ter fé
e devoção para com eles.
2 A intenção perfeitamente pura: devemos pensar que estamos fazendo essas oferendas com o objetivo que nós
mesmos e todos os seres possamos fazer as duas acumulações e atingir a Iluminação.
3 A matéria perfeitamente pura: são as oferendas materiais e as oferendas produzidas pela imaginação.
As oferendas materiais são constituídas pela série tradicionalmente chamada “as sete oferendas”, mesmo que sejam
oito, as duas primeiras reunidas para contarmos como uma. Estas oferendas são: a água para beber, a água pura, as
flores, o incenso, a luz, a água perfumada, a comida e a música. Cada uma correspondente a uma parte da realização
da essência da natureza da mente.
•A água para beber: ela possui 8 qualidades ( frescura, sabor, limpidez, ...) Quando a oferecemos, pensamos que
com ela oferecemos todos os rios, os mares e todas as águas puras do universo.
É a oferenda representada à boca dos Budas. Ela terá como resultado diminuir a sede produzida pelo calor das
paixões.
• A água pura é oferecida aos corpos dos Budas e Bodisatvas. Oferecê-la lavará nossa mente das negatividades e dos
véus que a deturpam.
• As flores: aos olhos dos Budas e Bodisatvas nós oferecemos as flores colocadas no altar, assim como todas as
flores do mundo. Por esta oferenda, se abrirá em nossa mente o lótus da felicidade.
•O incenso: nós oferecemos o incenso do altar, assim como todos os perfumes, naturais ou preparados, que
perfumam o universo. Com esta oferenda, nós realizaremos a não realidade de todos os fenômenos, similares a um
sonho ou a uma criação mágica.
•A luz: além da lamparina à óleo ou da vela acesa no altar, nós oferecemos o sol, a lua, as estrelas, todas as luzes
naturais ou artificiais que iluminam o mundo. Com isso nós realizaremos o ser da clara luz.
•A água perfumada: oferecia ao corpo de Buda como todas as essências e todos os perfumes do mundo, ela conduz à
realização da vacuidade última de todos os fenômenos, unido à compaixão para com todos os seres que sofrem por
não possuirem esse conhecimento.
•A comida: estão colocados no altar, todos os alimentos saborosos e nutritivos. Daqui nascerá a realização da força
das sabedorias e das qualidades da Iluminação.
2
•A música: pelos objetos que a representam são oferecidas todas as músicas e todas as harmonias do universo. Esta
oferenda atingirá por consequência a realização do som próprio da realidade última e a alegria das qualidades da
palavra da Iluminação.
Nós fazemos estas oferendas com alegria, fé e minúcia. “O estado de espírito” já desenvolverá um fruto rápido e
poderoso. Estas oferendas não são limitadas. Podemos também oferecer riquezas e bens materiais, o que nos ajudará
a nos purificar. Por outro lado, o esforço físico que temos nas oferendas (encher os potes, esvaziá-los, limpá-los )
contribui para a purificação dos atos negativos executados pelo corpo.
Atingir a Iluminação, é obter os dois corpos de Buda: o corpo absoluto e o corpo formal (que se apresenta sob 2
aspectos, corpo de glória e corpo de emanação ).
A acumulação de mérito nos leva a conseguir o corpo formal.
A acumulação de sabedoria, isto é , a meditação sobre a não realidade dos fenômenos, sobre a natureza da mente e
sobre a vacuidade, nos leva a conseguir o corpo absoluto.
Assim se diz: “Por esta virtude possam todos os seres
unir o mérito e a sabedoria,
e obter os dois corpos santos
que resultam do mérito e da sabedoria”.
Se não efetuarmos as duas acumulações, não obteremos os 2 corpos e não obter os dois corpos, quer dizer não obter a
Iluminação.
Tilopa dizia a Naropa: “Enquanto a realidade não nascida não é atingida,
a qual é ligada a aparência dos fenômenos,
das duas acumulações, similares a duas rodas de uma carroça,
Naropa, não te separe jamais”.
Comentário de Bokar Tulku Rimpoche:
“ Um pequeno altar em casa, para que?
Para falar a verdade, os Budas, Bodisatvas, os seres liberados e todas as expressões da Iluminação, não precisam de
nossas oferendas. Eles derramam suas bênçãos permanentemente. Mas o vaso ou o pote que nós somos está quase
sempre virado para baixo: a benção cai no fundo e escorrega pelos lados, nada penetra.
Se os Budas não precisam de nossos sentimentos para nos abrir as portas de sua compaixão, nós precisamos, dirigir a
eles nossos pensamentos para receber a luz.
A oferenda é um meio precioso para fazer funcionar esse movimento para com os Budas. Tantas coisas, pequenas e
grandes, preenchem nosso cotidiano e nossa mente, que para pensar nos Budas e no Mestre, nos resta muito pouco
tempo. Assim, se ocupar regularmente, com amor e carinho, de um pequeno altar, já é uma certeza de pensar pelo
menos por alguns instantes neles todo dia. E ainda, a cada vez que nós vemos o altar nos lembramos de sua presença.
Nossa casa se torna um pouco a casa deles.
Mas por que, nós podemos perguntar, todos esses objetos, essas manipulações, essa limpeza exterior?
Não é o espírito que conta? Sim é o espírito.
Mas em nossa casa, os objetos nos lembram uma viagem, as fotos nos lembram uma determinada pessoa. A
disposição dos móveis e das coisas criam o ambiente que tanto gostamos. Porque nosso espírito não se basta com a
lembrança da criança amada ? Porque nosso espírito precisa de uma mesa de mogno, de papel de parede pintado de
flores e de cortina de veludo para se sentir à vontade ?
Temos que admitir, os objetos ocupam na nossa vida, isto é, em nosso espírito, um lugar importante. Nós temos tanto
zelo ao escolhê-los! Então por que não deixá-los nos falar um pouco sobre o sagrado ! Quando nós renunciamos a
todos os objetos deste mundo, como Milarepa, pode ser que também não precisaremos mais destes objetos sagrados.
Enquanto isto, a escolha do que nos envolta tem grande influência em nossa mente.
“Objetos inanimados, vocês têm então uma alma ?”
Fazer oferendas, por mais simples que elas sejam, no altar, representa em primeiro lugar a nossa consideração às
diversas expressões da Iluminação.
Quando presenteamos um amigo, o objeto vale menos do que ele representa: nossa amizade e nossa estima.
Nós também não sentimos necessidade de dar uma forma material ao nosso sentimento. A oferenda, também tem seu
significado muito mais baseada na atitude interna de nosso gesto: fé, confiança, devoção, respeito, humildade do que
no próprio objeto. O exemplo de Gueshe Ben ficou famoso no Tibet. Gueshe Ben era um monge em retiro, seguidor
de um generoso mestre. De bom coração e boa mente, ele porém não era aplicado. Ele tinha descuidado tanto de seu
altar, que de oferendas só tinham o nome. Cobertas de manchas e de poeira, totalmente indignas da glória dos Budas
para quem eram destinados. Eis que um dia seu mestre lhe anuncia sua visita.
Logo aparecem na mente de Gueshe Ben: impossível receber seu benfeitor nesta desordem, que visto por este prisma
lhe dava vergonha. Assim, ele pôs-se a limpar o altar, tirou o pó, esfregou as manchas deixadas pela manteiga das
lamparinas e poliu. Tudo ficou brilhando. Como o mestre iria ficar contente! Feliz com certeza o mestre ficaria, mas
o fato é que esta sua atitude era uma hipocrisia .
Sem hesitar, ele pegou o barro, encheu as mãos e começou a jogar no altar que ele havia limpado com tanto vigor.
E assim foi dito que a oferenda feita dessa maneira foi a mais bela oferenda que ele podia apresentar.
3
A oferenda permite desenvolver as virtudes espirituais, pois ela participa das duas acumulações:
Acumulação de mérito: todo ato “positivo “ produz mérito, isto é um potencial kármico carregado de felicidade e se
nossos anseios vão nesse sentido, orienta nossa mente para a liberação. Nós precisamos desse mérito. Costuma-se
dizer que o acumulo é tão importante quanto o objeto ou a pessoa a quem se dirige o ato positivo é sagrado.
Acumulação de conhecimento primordial: o conhecimento primordial é a descoberta que o ser faz sobre sua própria
natureza, além de toda dualidade. A oferenda contribui no desenvolvimento deste conhecimento a medida que nos
aprofundamos na compreensão que, do ponto de vista superior, quem oferece, o objeto oferecido e a quem
oferecemos são na essência um só.
Vivendo, no momento, na ignorância e na dualidade, nós enxergamos o Buda como externo e ele nos aparece como
tal.
Quando nós deixamos de ser alienados, nos tornando o que somos realmente, então nós seremos o Buda ”Iluminado“
e os conceitos de externo e interno, de um ou múltiplo, de eu e outro se apagarão.
Material necessário
Nós temos no presente livreto o método para montar um pequeno altar, bem simples, assim como algumas dicas e
receitas, as quais o leitor nos desculpará a simplicidade. O autor dessas linhas não sendo muito jeitoso procurou
facilitar o trabalho de seus irmãos desajeitados.
Resumindo, o que é necessário?
• Um suporte
• Uma estátua ou foto
• Sete potes
• Uma lamparina a óleo
• Pavio de lamparina
• Água
• Arroz
• Flores
• Incenso
• Uma fruta ou biscoitos
• Um pequeno instrumento musical ou concha
• Óleo
Nada muito difícil de achar.
O principio é simples: a estátua ( ou a foto ) representa de maneira visível a Iluminação, a transcendência, diante de
quem são apresentadas as oferendas, manifestação de nossa devoção.
O suporte: uma prateleira, a parte de cima de uma cômoda, o apoio de uma lareira servem muito bem. A orientação
do altar não importa muito. Por definição, ele está sempre a Leste: não o leste geográfico, mas o leste interno.
Se diz: “Onde se vê o yogui
Onde é o leste.”
A educação budista pede que tudo que respeitamos se coloque no alto. Assim não colocamos o altar perto do chão,
mas na altura da cintura ou mais acima.
A mesma educação considera uma ofensa esticar as pernas em direção a um Lama ou a uma representação sagrada.
Dessa maneira, não podemos colocar o altar ao pé da cama.
Se for necessário, nós podemos cobrir o altar com um belo tecido ( cor de vinho, amarelo, branco,...) e se quisermos
podemos colocar acima um vidro feito sob medida. É mais fácil de limpar : basta limpar com um pano úmido.
A estátua ou uma foto: O espírito de um ser Iluminado tem em comum com o espaço, ser onipresente e infinito. Nada
impede que nós gostemos de encontrá-lo num corpo igual ao nosso, e que, sem esse encontro a comunicação seria
bem difícil. Assim, sabendo que nossas oferendas são dirigidas à Iluminação onipresente e infinita, nós a tornamos
mais acessível por uma representação simplesmente presente e finita. Nós colocamos no altar, eventualmente, um
pouco acima do suporte principal, uma estátua ou uma foto, normalmente de Buda, mas também pode ser de
Tchenrezi, de Tara, de Mandjurshri, de outro Yidam ou de um mestre espiritual do passado ou do presente. Nós
podemos, é claro, colocar vários: as manifestações da Iluminação são infinitas. Neste caso a estátua de Buda ocupa o
lugar central e mais alto.
A estátua pode ser pintada: o rosto e o pescoço de cor de ouro, os cabelos azul escuro e não preto . Pode também
estar vestida de um quadrado de brocado amarelo. A foto pode ser envolvida de uma Kata ( echarpe de seda branca ).
Em todo caso, é muito importante que elas sejam “vivas”e para isso, abençoadas. Mais do que uma simples
representação, elas se tornam a partir daí, a presença mesmo do que elas representam.
A estátua ganha vida estando “recheada”: nós colocamos dentro mantras escritos e, se conseguirmos, relíquias,
substâncias sagradas e materiais preciosos ( ela tem que ser então oca ). O melhor seria pedir a um Lama executar
esse processo. Não esqueça de acrescentar ao seu pedido uma oferenda, como pede o costume.
Quanto a uma foto, seja ela uma representação de um tanka ou uma foto de um mestre, ela é abençoada por uma
inscrição no verso, uma abaixo da outra as três sílabas OM, AH,HUNG, ( respectivamente situadas na testa, na
4
garganta e no coração ) em tibetano, que traduzidas representam o Corpo, a Palavra e a Mente de Buda. Nós podemos
fazer nós mesmos ou pedir a um Lama.
Origem das oferendas
Aí está então colocada a representação viva daquele ou daqueles a quem dirigimos nossas oferendas. Nós vamos
colocar na frente dela as oito oferendas tradicionais. Da esquerda para a direita: a água para beber, a
água pura, as flores, o incenso, a luz, a água perfumada, a comida, a música. Assim são sete potes e uma lamparina.
Há muito tempo atrás, Na Índia, quando um convidado muito importante era recebido no palácio de um rajah, para
aliviá-lo do calor da viagem lhe ofereciam primeiro algo para beber, para tirar a poeira da estrada lavava-se seus pés
em segundo; depois para descansar e também para demonstrar a estima que se tinha por ele, lhe eram apresentados as
flores, o incenso, as luzes, os perfumes. Enfim lhe ofereciam uma refeição ao mesmo tempo que os músicos o
divertiam com suas harmonias. Que hóspede de maior dignidade e gloriosa
majestade podemos receber se não a manifestação para nós visível da Iluminação infinita? Também nós lhe
apresentamos, com o maior respeito, estas mesmas humildes oferendas.
A escolha dos potes
É necessário uma série de sete potes idênticos, de tamanho adequado ao altar, geralmente, pequenos. Mais o material
será valioso, bonito e nobre, mais a nossa oferenda será valiosa, bonita e nobre. No Tibete, os potes eram por tradição
de prata ou cobre e de mesmo formato. Hoje nós encontramos na Índia esse mesmos potes, e de vez em quando em
alguns centros de Dharma na Europa. A prata é sem dúvida o melhor material, em razão do seu valor. Esse grande
valor é porém um fator que encarece e às vezes fica inviável. Mas se vocês têm meios de adquirir não hesite. Os potes
de cobre têm a vantagem de serem confeccionados da maneira tradicional e bem esfregados brilham muito. Mas eles
emboloram rapidamente e exigem muito cuidado.
Nos resta o que podemos encontrar mais facilmente. Cristal, vidro, porcelana ou mesmo metal prateado, é possível
encontrar coisas muito bonitas. A regra básica: que seja belo, digno e limpo.
Vamos examinar agora as oito oferendas uma a uma:
Primeiro e segundo potes - Água para beber e água pura
Na prática, mesmo que o objetivo seja diferente, a mesma água serve para encher os dois primeiros potes: uma água
clara, limpa e potável. Nós podemos
tornar a oferenda mais preciosa preparando água com alçafrão.
Receita de água com alçafrão:
Colocar uma pitada de alçafrão, de preferência em pedacinhos, e deixar ferver em 1 litro de água. Deve-se colocar
alçafrão suficiente para obter uma bonita coloração amarelo alaranjado. O alçafrão em pedaços é mais
aconselhável do que em pó para obter um resultado melhor, porém é difícil de encontrar e muito caro.
Preparar a água com alçafrão todas as manhãs seria o ideal. O melhor é preparar o suficiente para encher uma garrafa
e utilizar um pouco todos os dias.
Nós veremos, mais tarde, como encher os potes cada manhã e esvaziá-los a cada noite.
Terceiro pote: - As flores
Quando um pote não está destinado a conter água nós enchemos de arroz sobre o qual colocamos o objeto oferecido,
nesse caso a flor. O melhor é usar arroz branco, redondo de preferência. Podemos, como para a
água enriquecê-lo com alçafrão.
Receita de arroz com alçafrão:
Ingredientes: 1 kg de arroz cru e alçafrão
Preparar, primeiro, 100 ou 200 ml de água com alçafrão bem concentrada. Utilizaremos a água quente ou fria, isso
não tem importância. Lavar bem o arroz e depois deixar secar espalhando numa bandeja. Uma vez seco, colocar
numa tigela, jogar aos poucos a água com alçafrão, sem encharcar, sovar o arroz até que ele pegue uma cor
amarelada. O pote será primeiro preenchido de arroz, depois coloca-se uma ou duas flores, naturais ou de seda. Podese
também colocar sobre o arroz um pequeno vaso com flores.
Além desse vaso, podemos enfeitar o altar com um bouquet ou um vaso bem florido.
Quarto pote - O incenso
O quarto pote recebe o incenso basicamente são colocadas algumas hastes de incenso no arroz.
Incenso tibetano, indiano, japonês, ou qualquer um do nosso gosto. Atenção: este incenso colocado no arroz não pode
ser queimado. O incenso a ser queimado é colocado num outro recipiente, como por exemplo um
pote comum, cheio de arroz ou de areia, posicionado no chão em frente ao altar. Ascenda o incenso que preferir.
Uma haste de incenso que se quebra ou que cai deixa um rastro forte no chão. É melhor colocar um prato largo o
suficiente em baixo do pote que tem o incenso a ser queimado.
A luz.
As lamparinas tibetanas à base de manteiga, na maioria das vezes , são de prata ou cobre. Por ser difícil de encontrar,
podemos substituí-las por um recipiente de vidro ou cerâmica. O vidro tem a vantagem de deixar a chama visível
mesmo quando o nível do óleo diminui. Aliás é mais prático encher o recipiente de óleo de que de manteiga. Um óleo
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de boa qualidade se torna uma oferenda mais bela e generosa do que se colocado um óleo de qualidade inferior. É
aconselhável colocar um pires embaixo do recipiente caso espirre ou transborde o óleo.
Para uma chama ideal, o melhor é encontrar um "pavio" especial geralmente encontrado em lojas de artigos
religiosos. É também aconselhável colocar água no fundo do recipiente. Assim o "pavio" não queimará e também
evitaremos que o recipiente esquente demais quando o "pavio" chegar perto do fundo. Dessa maneira uma lamparina
a óleo pode ficar acesa dia e noite sem perigo.
Podemos eventualmente substituir a lamparina por uma vela, ou por uma "vela elétrica" ou também por uma lâmpada
de potência fraca. A desvantagem das velas é que não duram muito e pode ser perigoso deixar queimando na nossa
ausência. A tradição pede que não se assopre nunca uma vela, pois seria apagar a chama de sua própria vida.
Apagamos então a vela com um gesto dos dedos, ou chacoalhando ou ainda com a ajuda de um objeto específico
(uma colher pequena, por exemplo).
Quinto pote - A água perfumada
É a mesma água que os dois primeiros potes. Podemos acrescentar algumas gotas de perfume: água de rosas, lavanda,
etc. Alguns perfumes reagem na água e outros podem prejudicar os metais, portanto é melhor ter cuidado.
Sexto pote - A comida.
O pote está cheio de arroz, sobre o qual colocamos uma bela fruta, um biscoito, etc. O ideal é trocar a oferenda antes
que se estrague.
Podemos também colocar nesse pote uma pequena forma de farinha, chamada chelzé, representando a oferenda da
comida.
Sétimo pote - A música
Colocamos sobre o arroz que preenche o pote o símbolo de um instrumento musical, o mais freqüente uma concha ou
um pequeno sino.
Os sete potes devem estar precisamente alinhados e separados um do outro por um espaço do tamanho de um grão de
arroz,; costuma-se dizer que o espaço muito grande entre os potes representa um distanciamento do mestre. A luz é
colocada seja na frente da estátua (atrás dos potes), seja entre o 4º e o 5º pote.
Método para as oferendas quotidianas:
Os potes contendo água são enchidos a cada manhã e são esvaziados a cada noite. Os que contém arroz permanecem
continuamente. Podemos renová-los a cada lua cheia. O arroz pode ser dado aos pássaros, aos peixes ou outro animal.
Manhã:
Os 3 potes de água estão vazios e virados para baixo. Para enchê-los nos servimos de um recipiente especialmente
para isso e enchemos os potes da esquerda para a direita.
Vire o primeiro pote e coloque a água equivalente à 1/3 da quantidade total. Depois vire o 2º pote e segurando o 1º
jogue um pouco da sua água no 2º pote. Fazer o mesmo para o 3º pote, dessa vez, jogando a água que está no 2º pote.
Fazer isso de maneira que cubra o fundo dos potes. Depois é só encher os potes de água quase até a boca.
Após tudo isso deve-se abençoar as oferendas. Nós podemos fazê-lo seguindo diversos métodos, os quais veremos
aqui os mais simples. Para fazer a bênção, nós podemos pegar um pouco da água do pote de água perfumada (5º
pote), seja mergulhando uma haste de incenso, seja umedecendo o anular direito, espirramos nas oferendas. Ao
mesmo tempo, recitamos 3 vezes o mantra OM AH HOUNG (representando o Corpo, a Palavra e a Mente dos
Budas).
Um método mais elaborado consiste em dizer 3 vezes o mantra RAM YAM KAM OM AH HOUNG. Neste caso
as 3 primeiras sílabas purificam e as 3 seguintes abençoam.
RAM representa o fogo que queima as impurezas
YAM o vento que as varre
KAM a água que lava
Após a benção, em sinal de homenagem, fazemos 3 prostrações em frente ao altar.
Noite
Esvaziamos os potes de água da direita para a esquerda, depois os enxugamos e os viramos para baixo até a manhã
seguinte. Nós jogamos essa água num lugar limpo: na natureza, num pote de flor ou se não tiver opção na pia.
Existe um método de oferendas simplificada, que consiste em encher 7 potes somente de água. Nesse caso enchemos
os 7 potes cada manhã e esvaziamos a cada noite

Extraído do: Jardim do Dharma - www.jardimdodharma.org.br

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O ATMA VICARA, MEDITAÇÃO NO SER DE RAMANA MAHARSHI





. O Atma Vicara, a meditação no ser de Ramana Maharshi

Quem sou eu, que não sou este corpo?
Sou o ser (que é imaterial, imutável e imperecível).
Quem sou eu, que não sou esta mente que pensa?
Sou o ser (que é serenidade e paz).
Quem sou eu, que não sou os cinco sentidos?
Sou o ser (que é silêncio e comunhão).
Quem sou eu, que não sou as emoções?
Sou o ser (que é ponderação e equilíbrio).
Quem sou eu, que não sou sensações?
Sou o ser (que é satisfação).
Quem sou eu, que não sou desejo, necessidade, vontade?
Sou o ser (que é plenitude).
Quem sou eu, que não sou passado, presente e nem futuro?
Sou o ser (que é atemporal, eterno).
Quem sou eu, que não sou ego, personalidade?
Sou o ser (que é tudo).
Quem sou eu, que não sou os papéis que represento?
Sou o ser (que é a verdadeira natureza, a verdadeira identidade).
Quem sou eu, que não sou individualidade?
Sou o ser (que é uno).
Quem sou eu, que não sou orgulho nem vaidade?
Sou o ser (que é simplicidade).
Quem sou eu, que não sou insegurança nem medo?
Sou o ser (que é luz).
Extraído do www.yoga.pro.br

Sri Râmana Maharshi nasceu na região do Tamil Nadu, sul da Índia. Aos 16 anos, após a morte do pai, passou por uma vívida experiência relacionada à morte e, por seu intermédio, despertou para o estado que transcende, origina, constitui e engloba os campos físico, emocional e intelectual, passando a viver permanentemente nesse estado, por alguns denominado realização espiritual. Depois de algum tempo, abandonou sua casa e família e partiu como sadhu (peregrino ou eremita) para a cidade de Tiruvannamalai (190 km ao sul de Madras), onde passou o restante da vida na montanha de Arunachala, considerada por ele como uma montanha sagrada. A princípio, viveu no grande templo de Arunachaleswara, permanecendo absorto em meditação, no saguão conhecido como o de "mil pilares", de onde teve de se mudar, em razão das pedras que lhe eram atiradas por um bando de meninos que o viam imóvel no local. Passou então a viver em um escuro vão no sub-solo do templo, mas os moleques cedo o descobriram, e continuaram a atirar-lhe pedras. Teve de se mudar muitas vezes e passou a residir em vários outros santuários e locais adjacentes ao templo, como jardins, bosques e pomares. Pouco a pouco foi subindo a montanha de Arunachala, onde viveu em diferentes cavernas e passou a ser conhecido como o “Maharshi” (grande sábio ou vidente), e "Bhagavan", o Senhor. Lenta e gradualmente, discípulos foram se reunindo à sua volta. Vinte e sete anos após a sua chegada a Tiruvannamalai, um "ashram" ou comunidade espiritual foi construído ao redor do túmulo de sua mãe, aos pés da Montanha Sagrada de Arunachala, onde residiu até o fim de seus dias. Essa comunidade, chamada "Ramanashram", tornou-se um local mundialmente conhecido, para onde se dirigiam ( e ainda se dirigem, em número crescente) buscadores espirituais de diversas origens religiosas.
Seus ensinamentos, magistralmente simples, profundos e lúcidos, estão registrados em grande número de livros. Diversos autores escreveram sobre ele; entre outros, Arthur Osborne, em "Ramana Maharshi e o Caminho do Autoconhecimento", Mouni Sadhu em "Dias de Grande Paz", Carl Jung, a pedido de Heinrich Zimmer, Somerset Maugham, em "O Fio da Navalha", William Stoddart, em "O Hinduísmo", Mateus Soares de Azevedo em "Ye shall know the truth: Christianity and the Perennial Philosophy" (EUA, 2005), David Godman, Sadhu Om, H.l Poonja, Maha Krishna Swami. Em 25 de dezembro de 2007, quando da comemoração do seu nascimento (data móvel, dependente da posição das estrelas), uma nova biografia em língua inglesa, com 4.135 páginas distribuídas em oito volumes, contendo 400 fotografias, foi lançada.
Sua presença, que irradiava uma grande paz, tornando fácil e natural a convivência na comunidade, inclusive com os animais selvagens que habitavam a montanha, atraiu milhares de pessoas a Arunachala. A essência dos seus ensinamentos é o "Vichara"(self-enquiry), ou investigação direta, interior, por meio dos questionamentos: "Quem sou eu?" e "De onde surge o pensamento 'eu'?", para a descoberta da "Verdade, Paz ou Bem-Aventurança, a nossa real natureza". "Descoberta" no sentido literal de "retirar o que cobre", os conceitos. Em vários momentos, Ramana nos alerta que não se trata de mero questionamento verbal, mecânico, mas de trazer sempre ao foco da atenção, por meio desse questionamento, a sensação do "eu sou", que é a única coisa real, visto que todas as outras coisas mudam e passam, são transitórias, enquanto esta consciência do eu permanece. Tal questionamento faz com que a atenção se volte para o estado natural que ultrapassa o conhecimento, levando à percepção da inevitável limitação de todos os conceitos, o que faz com que, gradualmente, definhem e percam sua tirania sobre a mente, deixando de se sobrepor "àquilo que verdadeiramente é". Para o ocidente, tal sobreposição é o verdadeiro conhecimento ("episteme", epi (sobre) + histanai (por, colocar): sobrepor). Para a Vedanta, tanto a opinião quanto a "episteme" impedem o descobrimento "daquilo que é". A alegoria da caverna, baseada no estudo hindu da "maya" (literalmente "medir", "avaliar"), se refere a essa limitação: a idéia é diferente daquilo que verdadeiramente "é". A própria alegoria não é bem compreendida no suposto "mundo ocidental". Tomar o resultado da avaliação como verdade é tomar as sombras pela coisa em si, e, por conseguinte, viver na ilusão. A ignorância basilar é a que existe com relação ao "eu". Julgo conhecer-me por meio de uma representação. Desconhecendo quem é o conhecedor, busco conhecer o universo, os seres vivos, os objetos. Deles também construo representações. A representação que construo de mim mesmo, que é sempre incompleta, e com a qual me identifico, busca, em vão, completar-se por meio de conhecimentos, sensações, posses, prestígio. Nessa busca, ela tem continuidade, com a inseparável sensação de incompletude e, portanto, de sofrimento. Quem sou eu? Uma vez que a representação que faço de mim mesmo não sou eu - quem sou eu? Quem está fazendo essa pergunta? A resposta não pode ser mental, intelectual, pois constituir-se-ia em uma outra representação. Para a Vedanta pois - sem a negação da óbvia necessidade, em seu campo próprio, do conhecimento relativo - o verdadeiro conhecimento implica a não interferência dos conceitos, seja a respeito do mundo e das coisas, seja a respeito de si mesmo, do estado que ultrapassa o pensamento. Havendo a necessidade e a urgência da descoberta, o próprio exame e compreensão de todo o quadro, a investigação sobre o "eu" e a origem do "eu", levam à não-interferência dos conceitos - porque se compreende sua limitação, o que provoca o seu definhar - e à quietude mental. "Aquieta-te e sabe que Eu Sou Deus". "Eu Sou esse Eu Sou". Nesse estado de silêncio vivo, desperto, o conhecedor, o conhecimento e o objeto do conhecimento, qualquer que seja ele, são um só. Só há separação no mundo das representações, no mundo "daquilo que não é". Nesse sentido, conhecer a verdade acerca de si mesmo é conhecer a verdade acerca de todos os seres e de todas as coisas. Conhecer a verdade acerca de si mesmo é ser essa verdade, já que não somos dois, um para conhecer o outro. Cada um é a própria Verdade absoluta; ou Deus, para usar uma outra palavra.
Afirma-se que, no momento em que Sri Ramana faleceu, um magnífico astro, majestosa e lentamente, cruzou os céus da Índia, sendo visto em grande parte do país por inúmeras pessoas, que espontaneamente compreenderam o evento que ele anunciava.
Wikipédia

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

PARA O HAITI





Mahamrityunjay Mantra
Om Om Tryambakam



Adoramos aquele que tudo vê.
Sempre presente, ele nos nutre
de tudo que precisamos.
Possa Ele libertar-nos do medo da morte,
para alcançarmos a imortalidade.


OM Shanti, Shanti, Shanti!
Hari OM!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

FORMAÇÂO EM HATHA YOGA COM ADRIAN VILLAS-BÔAS



FORMAÇÃO EM YOGA
março à novembro de 2010
Mais que uma formação de instrutores, este curso é uma oportunidade para vivenciar e compreender o Yoga sem distorções. Ministrado por Adrian Vilas Bôas e com a participação de professores convidados, este curso será abordado de acordo com a tradição vêdica, à luz do Advaita Vedanta e do Hatha Yoga tradicional. Clique na imagem acima para visualizar o conteúdo programático.
O curso completo consite em:
• 10 Módulos
• 9 Satsangas
• 6 Retiros de imersão
• Estágio supervisionado (opcional)
- 10 Módulos em Salvador: fins de semana no Estúdio Yoga Santosha.
• módulo 1 - 19, 20 e 21 de março
• módulo 2 - 16, 17 e 18 de abril
• módulo 3 - 30 de abril, 01 e 02 de maio
• módulo 4 - 14, 16 e 16 de maio
• módulo 5 - 18, 19 e 20 de junho
• módulo 6 - 16, 17 e 18 de julho
• módulo 7 - 30, 31 de julho e 01 de agosto
• módulo 8 - 13, 14 e 15 de agosto
• módulo 9 - 17, 18 e 19 de setembro
• módulo 10 - 01, 02 e 03 de outubro
Horários dos módulos:
• sexta: 18h às 19h30 (prática) / 19h30 às 21h30 (estudo)
• sábado: 7h às 10h (prática) / 11h às 14h (estudo) / 16h às 18h30 (treino)
• domingo: 7h às 10h (prática) / 11h às 14h (estudo)
- 10 satsangas: sempre as sextas-feira, uma vez por mês, no Estúdio Yoga Santosha, das 18h30 às 21h30. Nas seguintes datas: 26/03; 23/04; 28/05; 11/06; 09/07; 06/08; 10/09; 22/10; 19/11.
- 06 Retiros de imersão: fins de semana prolongados pelos feriados, realizados em locais especiais visando possibilitar a vivência do Yoga de forma integral, adquirindo-se assim uma profunda experiência. Os locais dos retiros e os respectivos professores convidados serão confirmados e divulgados aqui posteriormente.
• I Retiro - 01 a 04 de abril (Semana Santa) - Local: a definir
• II Retiro - 03 a 06 de junho (Corpus Christ) - Local: Águas Brasil Villa Retreat - Buraquinho
• III Retiro - 01 a 04 de julho (Independência da Bahia) - Local: Águas Brasil Villa Retreat
• IV Retiro - 04 a 07 de setembro (Independência do Brasil) - Local: a definir
• V Retiro - 30 de outubro a 02 de novembro (finados) - Local: Chapada Diamantina
• VI Retiro - 12 a 15 de novembro (proclamação da República) - Local: a definir
- Estágio Supervisionado: opcional, porém indispensável para aqueles que pretendem ensinar.
Com carga horária total superior a 500 horas/aula, este curso é aprovado e avalizado pela Aliança do Yoga.
Os participantes receberão apostilas referentes a cada módulo, contendo textos e técnicas relacionados ao conteúdo do programa, com dicas para ministrar aulas e informações essenciais que todo professor deve conhecer para praticar e trabalhar com segurança.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SWAMIJI SATCHIDANANDA



Biografia de Swami Satchidananda
Swami Satchidananda nasceu em uma família espiritual amoroso em 22 de dezembro de 1914, durante o mês conhecido como Margali, O Dawn of the Devas. Seus pais eram Sri Kalyanasundaram Gounder e sua esposa Srimati Velammai.

Desde tenra idade Swami Satchidananda (ou Ramaswamy, como era conhecido na época) exibido tendências espirituais e uma dedicação à verdade. Ele diz que sentiu uma falta de apego a objetos materiais.

"De alguma forma eu não consigo me lembrar de nada Eu estava ligado a muito, mesmo na juventude. Eu tinha o mesmo carinho para todos e tudo. "

Em particular, ele não fez qualquer distinção entre pessoas de castas diferentes, mesmo que no momento o sistema de castas foi de grande importância em influenciar pessoas. Ramaswamy sempre foi rápido a denunciar o sistema de castas e não apreciar os argumentos complicados apresentados pelos mais velhos.

"Nenhuma pessoa é um intocável. Diferenças vir, não com o trabalho faz nem a uma casta em que nasceu, mas com o estado de espírito. Fundamentalmente, somos todos uma ea mesma coisa. Todos são filhos de Deus. "

Quando jovem, ele estudou em uma escola agrícola e, em seguida, viajou ao Sri Lanka para trabalhar como engenheiro na indústria automobilística. Por um curto período Ramu também atuou como Gerente de Templo do templo Perur e aqui ele se apaixonou por uma linda filha e devoto de um dos administradores. Contudo, após 5 anos sua esposa faleceu repentinamente. Swami Satchidananda escreve que, de alguma morte, este não veio como um choque, ele teve uma premonição de que isso possa ocorrer. Ele disse:

"Eu amava minha esposa, mas ao mesmo tempo, eu não estava ligado a ela."

No entanto, esta experiência e outros Ramu levou o jovem a ter um maior interesse no yoga e espiritualidade. Swami Satchidananda, assim, na idade de 28 finalmente decidiu abandonar sua carreira de sucesso no mundo para se dedicar em tempo integral às práticas espirituais. Ele escreve que esta decisão de renunciar ao mundo não estava dando as coisas tanto quanto ganhar uma nova perspectiva de vida.

"Ao renunciar ao mundo, você não perde nada. Uma vez que você se dá aos outros, todos os outros vão dar-se-lhe. "

Seguiu-se então um período de busca da sabedoria e da bênção de vários santos e sábios. Ele ficou impressionado e influenciado pelos ensinamentos de mestres como Sri Aurobindo e Sri Ramakrishna. E por um tempo que ele passou várias semanas no Ashram de Ramana Maharshi no sul da Índia. Ramana Maharshi dirigiu o candidato aspirante a mergulhar profundamente dentro de buscar a identidade de pensamentos que se originam. No entanto Swami Satchidananda foi elaborado para Rishikesh, nos Himalaias. Foi aqui que ele conheceu e se tornou um discípulo de seu Guru Sri Swami Sivananda e foi iniciado na Ordem de Santo sannyas. Foi durante o seu início que ele era dado o seu nome espiritual de Swami Satchidananda. (que significa bem-aventurança divina)



Em suas muitas obras, muitas vezes ele ressaltou a gratidão sincera que ele sentiu em relação a a amorosa orientação de seu guru, Swami Sivananda. Ele aprendeu muitas coisas, mas disse que o ensino primário de seu Guru que estava de serviço aos outros.

"Sempre tento servir os outros. Nem sequer chamá-lo de ajudar; chamá-lo de serviço porque está a beneficiar com isso. "

Apesar de um sannyasin Swami Satchidananda era ativo em servir os outros e foi muito feliz em usar a tecnologia moderna para divulgar os ensinamentos de yoga. Ele realizou uma turnê de palestras árdua da Índia e em 1953 foi convidado para o Sri Lanka, onde ele ajudou a executar um ashram da Divine Life Society perto de Trincomalee. Aqui, ele provou ser um guia espiritual era muito amado e respeitado como um Guru. Ele também se tornou muito respeitado pela sua abordagem universalista à religião. Como muitos outros grandes santos da Índia, Swami Satchidananda acreditavam que todas as religiões pode levar os buscadores sinceros para o mesmo objetivo. Seu lema era interconfessional o princípio de que "A verdade é uma só, caminhos são muitos." Foi também nessa época que ele decidiu fazer uma peregrinação árdua para a Montanha Sagrada Monte Kailash no Himalaia. Ele sentiu que sucedeu apenas devido à graça do Senhor Shiva.

Em 1966 o artista eo discípulo Peter Max convidou-o para a cidade de Nova York, este tema levou a Swami Satchidananda decidir ficar na América tornando-se um cidadão americano. No oeste iniciou muitos requerentes ocidental na ordem de sannyasin e lecionou em muitos locais diferentes em todo o mundo. Muitas vezes ele participou em iniciativas inter-religioso. Sua missão era reunir as pessoas no espírito de amizade e harmonia. Um momento icónico da década de 1960 foi meditação Swami Satchidananda de abertura do Festival de Woodstock de 1969




Swami Satchidananda at Woodstock 1969

Por seu trabalho e de serviço na Swami Satchidananda West recebeu muitos prêmios inclui o U Thant adjudicação apresentada pela Sri Chinmoy em nome do grupo de Meditação das Nações Unidas. Outros prêmios incluíram a Martin Buber Award for Outstanding Service para a Humanidade, a Juliet Hollister Interfaith Award, o B'nai Brith Anti-Defamation League's Humanitarian Award eo Prêmio Albert Schweitzer Humanitária

Swami Satchidananda é o fundador da Integral Yoga Institute cujas centro está situado no Yogaville na Virgínia, E.U.. Como um monumento à visão do Swami de harmonia inter-religiosa do mundo IYI construída "The Light Of Truth Universal Santuário" (Lotus). É dedicado à Luz de todas as religiões e para a paz no mundo, foi inaugurado em 1986.

Links

Swami Satchidananda. Org
How to Be Happy Swami Satchidananda
Swami Satchidananda em movimento Homepage Religiosos
Integral Yoga Institute Nova York


Fontes

Sri Swami Satchidananda: Apóstolo da Paz


Por: Richard Pettinger

Autor Biografia: Biografia Online. Você pode reproduzir este artigo em outro site desde que exista uma ligação ativa para este artigo. Obrigado.

No Brasil: Centro de Yoga Integral Jai Vida! De Renata Sumar, em BH
www.jaivida.com

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

NOSSA MAIOR EMOÇÃO

~~ae,

recebido por Haribertananda

A GRANDE MÃE BRASILEIRA


Yemanjá magia dos mares
azulejos, espelhos, pérolas e canutilhos de prata sobre mdf 80 x 68 cm
Mosaico de ROSÂNGELA JORDÃO VILLELA
www.mosaicocia.s2w.com.br



A Grande Mãe Brasileira
O Brasil é o país que concentra o maior número de pessoas a cultuarem uma das manifestações da Grande Mãe, como Iemanjá, a deusa ancestral das águas, Senhora do Mar. Só perde para a Índia, onde inúmeras deusas são cultuadas até hoje.

Anualmente, às vésperas do Ano Novo e no dia dois de fevereiro, milhões de pessoas levam suas oferendas e orações para as praias brasileiras, ou saem em procissões marítimas ou fluviais, similares às antigas cerimônias egípcias e romanas – Navigium Isidi – dedicadas a Isis, Deusa Mãe protetora dos viajantes e das embarcações.

Apesar da devoção brasileira a Iemanjá, seu culto não é nativo - ele foi trazido ao Brasil no século XIII pelos escravos da nação ioruba. Yemojá ou YèYé Omo Ejá, a “Mãe cujos filhos são peixes” era o orixá dos Egbá, a nação ioruba estabelecida outrora perto do rio Yemojá, no antigo reino de Benin. Devido a guerras os Egbá migraram, e se instalaram às margens do rio Ogun, de onde o culto a Iemanjá foi trazido pelos escravos para o Brasil, Cuba e Haiti.

Nestes países, Iemanjá passou a ser venerada como a “Rainha do Mar”, orixá das águas salgadas, apesar de sua origem ter sido “o rio que corre para o mar”, sua saudação sendo Odo-Yiá, que significa “Mãe do Rio”.

Analisando os nomes Ya / man / Ya e Ye / Omo / Ejá conforme a “Lei de Pemba” – a grafia sagrada dos orixás -, postulada pela Umbanda Esotérica, encontram-se os mesmos vocábulos sagrados, que significam “Mãe das águas, Mãe dos filhos da água (peixes) e Mãe Natureza”.

Iemanjá é considerada pela Umbanda Esotérica como uma das sete Vibrações Originais, o princípio gerador receptivo, a matriz dos poderes da água, a representação do eterno e Sagrado Feminino. Portanto, Iemanjá personifica os atributos lunares e aquáticos da Grande Mãe, como padroeira da fecundidade e da gestação, inspiradora dos sonhos e das visões, protetora e nutridora, mãe primeva que sustenta, acalenta e mitiga o sofrimento dos seus filhos de fé.

No entanto, por mais que Iemanjá seja reconhecida e venerada no Brasil, ela não representa a Mãe Ancestral nativa, que tenha sido cultuada pelas tribos indígenas antes da colonização e da chegada dos escravos.

Infelizmente, muito pouco se sabe a respeito das divindades e dos mitos tupi-guarani. A cristianização forçada e a proibição pelos jesuítas de qualquer manifestação pagã, destruiu ou deturpou os vestígios de Tuyabaé-cuáa, a antiga tradição indígena, a sabedoria dos velhos payés.

Segundo o escritor umbandista W.W. da Matta e Silva e seus discípulos Rivas Neto e Itaoman, a raça vermelha original tinha alcançado, em uma determinada época distante, um altíssimo patamar evolutivo, expresso em um elaborado sistema religioso e filosófico, preservado na língua-raiz chamada Abanheengá , da qual surgiu Nheengatu, a “lingua boa”, origem dos vocábulos sagrados dos dialetos indígenas,

Com o passar do tempo a raça vermelha entrou em decadência, e após várias cisões, seus remanescentes se dispersaram em diversas direções. Deles se originaram os tupi-nambá e os tupi-guarani, que se estabeleceram em vários locais na América do Sul.

As concepções do tronco tupi eram monoteístas, postulando a existência de uma divindade suprema, um divino poder criador (às vezes chamado de Tupã) que se manifestava através de Guaracy (o Sol) e Yacy (a Lua), que, juntos, geraram Rudá (o amor), e por extensão, a humanidade. O culto a Guaracy era reservado aos homens, que usavam os tembetá, amuletos labiais em forma de T, enquanto as mulheres veneravam Yacy e Muyrakitã, uma deusa das águas, e usavam os amuletos em forma de batráquios e felinos, pendurados no pescoço ou nas orelhas.

Guaracy era a manifestação visível e física do poder criador representado pelo Sol. Apesar deste astro ser considerado o princípio masculino na visão dualista atual, a análise dos vocábulos nheengatu do seu nome revela sentido diferente. Guará significa “vivente”, e cy é “mãe”, o que formaria a “Mãe dos seres viventes”, a força vital que anima todas as criaturas da natureza, a luz que cria a vida animal e vegetal. Também em outras tradições e culturas (japonesa, nórdica, eslava, báltica, australiana e nativa americana), o Sol era considerado uma Deusa, o que nos faz deduzir que para os tupi a vida e a luz solar provinham de uma Mãe (CY) que só mais tarde foi transformada em Pai.

Yacy era a própria Mãe Natureza, seu nome sendo composto de Ya (senhora) e Cy (mãe), a senhora Mãe, fonte de tudo, manifestada nos atributos da Lua, da água, da natureza , das mulheres e das fêmeas.

Cy ou Ci representa, portanto, a origem de todas as criaturas, animadas ou não, pois tudo o que existe foi gerado por uma mãe que cuida da sua preservação, do nascimento até a morte. Sem Cy (mãe), não há nem perdura a vida, pois ela é a Mãe Natureza, o principio gerador e nutridor da vida.

Na língua tupi existem vários nomes que especificam as qualidades maternas – Yacy = a Mãe Lua, Amanacy = a Mãe da chuva, Aracy = a Mãe do dia, a origem dos pássaros, Iracy = a Mãe do mel, Yara = a Mãe da água, Yacyara = a Mãe do luar, Yaucacy = a Mãe do céu, Acima Ci = a Mãe dos peixes, Ceiuci = a Mãe das estrelas, Amanayara = a senhora da chuva, Itaycy = Mãe do rio da pedra, e tantas outras Mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.

As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade, o que também em outras culturas simbolizava sua independência e auto-suficiência. Em alguns mitos e lendas as virgens eram fecundadas por energias numinosas em forma de animais (serpente, pássaros, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.

A explicação da omissão, na mitologia indígena, do elemento masculino na criação, era o desconhecimento do papel do homem na geração da criança, além do profundo respeito e reverência pelo sangue menstrual, que, ao cessar “milagrosamente” se transformava em um filho. Somente pela interferência dos colonizadores europeus e pela maciça catequese jesuíta que, na criação do homem, o Pai assumiu um papel preponderante, o Filho tornou-se o segundo na hierarquia, salvador da humanidade, como Jurupary, e à Mãe coube apenas a condição de virgem (como Chiucy).

Porém, apesar do zelo dos missionários para erradicar os vestígios dos cultos nativos da cultura indígena e dos escravos, muitas das suas tradições sobrevivem nas lendas, nos costumes folclóricos, nas práticas da pajelança e encantaria que estão ressurgindo, cada vez mais atuantes, saindo do seu ostracismo secular.

Um outro arquétipo da Mãe Ancestral é descrito no mito amazônico da Boiúna, a Cobra Grande, dona das águas dos rios e dos mistérios da noite. Apresentada como um monstro terrível que vive escondido nas águas escuras do fundo do rio e ataca as embarcações e pescadores, a Boiúna ou Cobra Maria é, na verdade, a Face Escura da Deusa, a Mãe Terrível, a Ceifadora, que tanto gera a vida no lodo como traz a morte, no eterno ciclo da criação, destruição, decomposição e transformação.

Outro aspecto da Mãe Escura é Caamanha, a “Mãe do Mato”, que protege as florestas e os animais silvestres, e pune, portanto, os desmatamentos, as queimadas, e as violências contra a Natureza. Pouco conhecida ela foi transformada em dois personagens lendários: Curupira e Caapora. Descritos como seres fantasmagóricos, peludos, com os pés voltados para trás, às vezes com um aspecto feminino, são os guardiões das florestas, que levavam os caçadores e invasores do seu habitat a se perderem nas matas, punindo-os com chicotadas, pesadelos ou até mesmo a morte.

Nas lendas guarani relata-se a aparição da “Mãe do Ouro”, que surge como uma bola de fogo ou manifesta-se nos trovões, raios e ventos, mostrando a direção da mudança do tempo. Na sua representação antropomórfica ela torna-se uma linda mulher que reside em uma gruta no rio, rodeada pelos peixes e de onde se estende nos ares como raios luminosos, ou então surge na forma de uma serpente de fogo, punindo os destruidores das pradarias. Na sua versão original ela era considerada a guardiã das minas de ouro, que seduzia os homens com seu brilho luminoso, afastando-os das jazidas. Seu mito confunde-se com o do Boitatá, uma serpente de contornos fluídicos, plasmada em luz com dois imensos olhos, guardando tesouros escondidos, reminiscência dos aspectos punitivos da Mãe Natureza, defendendo e protegendo suas riquezas. A deturpação cristã do mito punitivo pode ser vista na figura da “Mula sem Cabeça”, metamorfose da concubina de padre, que assombra os viajantes nas noites de sexta-feira (dia dedicado, nas culturas pagãs, às deusas do amor, como Astarte, Afrodite, Vênus, Freyia) e do Teiniágua, lagarto encantado que se transforma em uma linda moça para seduzir os homens, desviando-os dos seus objetivos.

Quanto ao significado esotérico de Muyrakitã, devemos decompor seu nome em vocábulos, para compreender sua simbologia feminina: Mura = mar, água, Yara – senhora, deusa, Kitã = flor. Podemos então interpretá-lo como “A deusa que floriu das águas” ou “A Senhora que nasceu do mar”. Esta divindade aquática, considerada a filha de Yacy era reverenciada pelas mulheres que usavam uns amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muyrakitã. Estes preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muyrakitã, vetado, portanto, aos homens. Nas noites de Lua Cheia as cunhãtay devidamente preparadas esperavam que Yacy espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e então mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes magnéticos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões. Enquanto as cunhãs mergulhavam, as outras mulheres ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos maracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muyrakitã, ela era modelada em discos com formato de animais, deixando um pequeno orifício no centro. Então todas as mulheres realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muyrakitã e Yacy sobre os amuletos, até que Guaracy, o Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.

Estes amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul, ou cor de azeitona, e eram usados como pendentes no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual, e que podiam ser utilizados para prever o futuro, em certas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Yacy e Muyrakitã.

No nível exotérico, profano, o muiraquitã é conhecido como um talismã zoomorfo, geralmente em forma de sapo, peixe, serpente, tartaruga ou felinos, talhado em pedra (nefrita, esteatita, jadeíta ou quartzito), bem polido, ao qual se atribuíam poderes mágicos e curativos. Foram encontrados vários deles na área do baixo Amazonas, entre as bacias dos rios Trombetas e Tapajós, e foram chamados de “pedras verdes das Amazonas”. Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542. Os relatos míticos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas, longos cabelos negros, trançados, tez clara, que andavam despidas e utilizavam com maestria o arco e flecha para guerrear e caçar. Diz a lenda que elas escolhiam anualmente homens para serem futuros pais de seus filhos, e os presenteavam com muiraquitãs. Outras fontes afirmam que elas usavam ornamentos de pedras verdes esculpidos em forma de animais que serviam como objetos de troca com os visitantes e as tribos vizinhas.

Os missionários atribuíam aos índios tapajós a origem dos muiraquitãs, mas eles eram apenas seus portadores, e não os fabricantes, exibindo-os como símbolos de poder ou riqueza, ou ainda usados como compensação na realização de ritos fúnebres, nas cerimônias de casamento ou para selar alianças e acordos de paz entre as tribos.

Ocultos em mitos, lendas e crenças, existem ainda muitos resquícios das antigas tradições e cultos indígenas. Descartando as sobreposições e distorções cristãs e literárias, poderemos resgatar a riqueza original das diversas e variadas apresentações da Criadora ancestral brasileira, Mãe da Natureza e de tudo o que existe, que existiu e existirá. Cabe aos estudiosos e pesquisadores atuais desvendar os tesouros históricos do passado indígena brasileiro, com isenção de ânimo e sem distorções, em uma sincera dedicação e lealdade à verdade original, para oferecer às nossas mentes as provas daquilo que os nossos corações femininos sempre souberam:

“que a Terra é a nossa Mãe, que nos tempos antigos os seres humanos veneravam e oravam para uma Criadora, que abria os portais da vida e da morte, cujos templos eram a própria Natureza, que somos todos irmãos por sermos seus filhos, interligados por fazermos parte da teia cósmica e telúrica da Sua Criação”.


Mirella Faur, escritora e pesquisadora, dirigente de grupos de mulheres dedicados ao estudo e práticas do Sagrado Feminino, iniciada por W.W.da Matta e Silva na Umbanda Esotérica com o nome de Cynayá.

Extraído do www.xamanismo.com